FUI VER ESTE FILME COM A MINHA MENINA NA SALA 4 DO PARQUE ATLÂNTICO PELAS 21:30
Depois de ''O Sexto Sentido'', ''O Protegido'' e ''Sinais'', M. Night Shyamalan está de regresso ao grande ecrã com ''A Vila''. Mas as novidades são poucas: o realizador insiste na receita habitual de criar um final-surpresa e o argumento acaba por sair fragilizado.Desta vez a acção centra-se na população de uma pequena vila isolada da Pensilvânia, no final do século XIX, que parece levar uma vida quase perfeita, apesar dos seus estranhos vizinhos. Há muito que eles sabem da existência de criaturas misteriosas que vivem nos bosques que rodeiam as suas casas. Mas, graças a um antiga trégua, estes seres - a quem eles se referem como ''aqueles de quem não falamos'' (those we don't speak of) - não os atacam desde que estes não ousem atravessar os limites da povoação, os presenteiem regularmente com alguns bocados de carne e evitem usar vermelho. Durante a noite há tochas que iluminam o perímetro da vila e um guarda nocturno que fica numa torre mas, apesar disso, a vida decorre como numa bonita história infantil, por entre festas de casamento, bailes e banquetes ao ar livre.A comunidade divide-se em dois grupos: o dos mais velhos, liderado por William Hurt, e o dos mais novos que contestam o medo dos pais. Quando o irmão de um dos líderes da vila morre o jovem e curioso Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) oferece-se para atravessar esta fronteira à procura de medicamentos para futuras emergências. A sua vontade de entrar no desconhecido vem ameaçar o futuro da vila. À medida que os sinais nas portas e as cabeças de gado decepadas se multiplicam, o medo começa a espalhar-se pela comunidade...''A Vila'' funciona como uma alegoria para o ambiente que se vive nos EUA desde os ataques terroristas, com a paranóia das constantes elevações dos códigos de alerta. Segundo explicou M. Night Shyamalan à revista Época, o filme nasceu da sua reacção emocional ao 11 de Setembro. ''Estamos num período da História em que tudo vai terminar terrivelmente mal ou vamos atingir uma nova era dourada, talvez até com a morte da religião. Existe um desejo latente de sermos todos inocentes novamente'', disse o cineasta. Shyamalan é um realizador que sabe como criar uma eficaz atmosfera de suspense e, em A Vila, ele utiliza todos os truques que conhece para gerar um clima de tensão, quase insuportável. Há sombras que atravessam rapidamente o ecrã, ruídos que parecem aproximar-se por trás da plateia e longos momentos de silêncio que ajudam a agudizar o suspense. O filme contém algumas cenas visualmente bem conseguidas e excelentes interpretações (destaque para Adrien Brody e Bryce Dallas). Infelizmente, Shyalaman não tem os mesmos dons de argumentista e ficou preso numa armadilha que ele próprio criou – a obrigação de criar um final-surpresa - o que faz com que cada novo projecto pareça mais fraco. Apesar de ter algumas qualidades, este ''A Vila'' não sobrevive a uma análise apurada e o final-surpresa acaba por ser um verdadeiro banho de água fria.
segunda-feira, novembro 29, 2004
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