terça-feira, junho 07, 2005

O Mercador de Veneza

FUI VER ESTE FILME NA SALA 1 DO CINE SOL*MAR NO CENTRO COMERCIAL SOL*MAR EM PONTA DELGADA NO PASSADO DIA 2005.06.06 PELAS 21:40 NA COMPANHIA DA MINHA DONZELA E DO MEU FIEL AMIGO PAULINHO

Os textos de William Shakespeare constituem um património fundamental desde os tempos do cinema mudo. Títulos como ''Romeu e Julieta'', ''Sonho de Uma Noite de Verão'', ''A Tempestade'' ou ''Otelo'' foram glosados à exaustão, em inúmeras variações (de género, de contexto ou de época).Basta pensarmos em ''Romeu e Julieta'', para encontrarmos duas obras radicalmente diferentes, inspiradas livremente neste texto. Se em ''Romanoff e Julieta'', Peter Ustinov, transforma a tragédia numa comédia de situação, em tempos de Guerra Fria; Baz Luhrmann prefere transferir a acção para a actualidade e misturar-lhe conflitos entre gangs rivais e drogas psicadélicas. Este é um exemplo de uma lista infindável de adaptações, muito livres, que muitos cineastas fizeram a partir dos textos clássicos do dramaturgo inglês.Embora seja um dos textos shakespearianos menos visitados pelo cinema depois da era do mudo, ''O Mercador de Veneza'' não é excepção. Já teve direito a uma série de versões televisivas e a algumas migrações transculturais, onde foi possivel ver um ''Mercador'' Indiano (''Zalim Saudagar'', 1941) ou Maori (em ''Maori Merchant of Venice'', Nova Zelândia, 2002).Michael Radford, o realizador de ''O Carteiro de Pablo Neruda''), ensaia mais uma adaptação que tem os méritos inerentes a uma grande produção como o de aproveitar a fotogenia de Veneza, onde a acção se passa, em pleno século XVI.Shylock (Al Pacino) vive saudavelmente no meio de empréstimos de dinheiro com juros – a única profissão possível para os judeus daquele tempo, já que os cristãos estavam proibidos de ter esta ocupação, pela sua religião. Apesar disso, sempre que se aventura para além do seu bairro judeu, Shylock enfrenta a indignidade e o perigo.Na mesma cidade mas num mundo à parte vive António (Jeremy Irons), um mercador cristão que tem como amigo um jovem nobre de nome Bassanio.Bassanio (Joseph Fiennes) apaixona-se pela bela Portia (Lynn Collins) e para obter a sua mão, pede emprestado a Antonio 3.000 ducados. Querendo ajudar o amigo mas tendo todo o seu dinheiro empatado em negócios, Antonio recorre ao judeu Shylock que assim estabelece com ele um contrato em que o risco é a sua própria vida. Os dois estabelecem então um acordo: se o débito não for pago em três meses, o cobrador receberá como pagamento um pedaço da carne do comerciante.Com um trabalho fotográfico de excelência, que contrasta com a visão negra e angustiada sobre a natureza humana; com Al Pacino que domina como ninguém a arte de bem-representar, este filme vale certamente uma visita.

in http://www.estreia.online.pt

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