De Oliver Stone, o grande realizador de ''Any Given Sunday'' ou ''Natural Born Killers'', chega-nos uma super-produção milionária que revisita a história do conquistador do Império Persa que foi um dos maiores líderes militares de sempre.Trezentos anos antes de Cristo (356-323 ac), Alexandre foi rei da Macedónia, conquistador do império Persa e um excelente líder militar.Filho do rei Filipe II, nasceu em Pella, na antiga capital da Macedónia. Aristóteles foi o seu tutor e ensinou-lhe literatura, a arte da retórica e estimulou o seu interesse pela ciência, medicina e filosofia. Quando tinha 20 anos, o seu pai Filipe II foi assassinado e Alexandre subiu ao trono mandando executar todos os inimigos e conspiradores que o rodeavam.Até aos 25 anos, com a ajuda dos exércitos grego e macedónio, Alexandre conquistou a Ásia Menor, a Pérsia e grande parte da Índia, construindo, em poucos anos, o maior império de sempre.Em 332 antes de Cristo, fundou na foz do Nilo a cidade de Alexandria, centro literário, científico e comercial do império grego.Ele foi um jovem rei guerreiro audaz, corajoso e arrogante, líder de incontáveis exércitos contra os Persas. Foi um conquistador imparável, que nunca perdeu uma batalha e levou os seus soldados até ao limite do mundo conhecido. Um visionário, cujos sonhos e feitos contribuíram para formar o mundo que conhecemos hoje. Oliver Stone mostra-nos neste épico grandioso - com um orçamento de mais de 150 milhões de dólares - os feitos de Alexandre (Colin Farrell), o seu relacionamento com a sua mãe, Olympias (Angelina Jolie), o seu amigo e comandante de batalha Hephaistion, a sua mulher e o seu general de confiança Petolomeu (Anthony Hopkins).Mas apesar da expectativa com que era aguardado, ''Alexander'' não caiu no goto da crítica americana e, por enquanto, o público também ainda não correu até às salas para o ver. Apesar das emocionantes cenas de batalhas e de ter cenários e um guarda-roupa arrojados, o filme foi considerado ''demasiado longo'' (tem três horas de duração), aborrecido, confuso e ''excessivo'' nas suas interpretações. Oliver Stone já disse que espera que o seu filme tenha uma melhor recepção na Europa. Uma coisa é certa: se tal não acontecer este arrisca-se a ficar para a história como um majestoso flop.
terça-feira, janeiro 18, 2005
segunda-feira, janeiro 17, 2005
Diários de Che Guevara
FOMOS, EU E A MINHA MARINA, VER ESTE FILME NA SALA 2 NO CENTRO COMERCIAL SOL-MAR DIA 16/01 NA SESSÃO DAS 22H
A acção deste filme passa-se em 1952, época em que dois jovens argentinos, Ernesto Guevara (Gael García Bernal) e Alberto Granado (Rodrigo de la Serna), partem numa viagem para descobrir a verdadeira América Latina. Ernesto tem 23 anos e é um estudante de medicina especialista em leprologia; Alberto, de 29 anos, é bio-químico. Sob o pretexto de comemorar o seu 30º aniversário na Venezuela, Alberto desafia Ernesto para uma viagem de descoberta pela América do Sul. Com um sentimento romântico de aventura, os dois amigos resolvem abandonar os seus confortáveis ambientes familiares em Buenos Aires e partir estrada fora na motocicleta de Alberto, uma temperamental Norton 500, de 1939, que recebe a alcunha de ''La Poderosa''. A mota acaba por não aguentar a jornada mas eles prosseguem a viagem, à boleia. À medida que se afastam de Buenos Aires, os dois amigos tornam-se cada vez mais próximos, unidos por um sentimento de irmandade e pela crença no progresso e no que a ciência e a medicina podem fazer pela região. Através das pessoas que encontram na estrada – desde complacentes ricos a pessoas de pobreza extrema - os dois amigos começam a conhecer uma América Latina completamente diferente e nasce neles uma afinidade para a humanidade e uma determinação para mudar o mundo, que até então desconheciam. A viagem, durante a qual percorrem 13 mil quilómetros, demora 8 meses. Partindo da Argentina, eles seguem através dos Andes para o Chile, passando pelo deserto de Atacama para o Peru, até chegar à Venezuela e às alturas de Machu Picchu.Quando chegam à colónia de lepra de San Pablo, nas profundezas da Amazónia peruana, os dois jovens já questionam o valor do progresso, definido por sistemas económicos que deixam tantas pessoas numa pobreza extrema e opressora. As suas experiências nesta colónia vão definir a jornada política e ética que vão seguir nas suas vidas.A imagem do implacável executante que acreditava na justiça sumária e no pelotão de execução, esbateu-se quando ''Che'' Guevara foi assassinado por um esquadrão boliviano em Outubro de 1967 e se transformou, num mártir histórico ao nível de Bolivar, Pancho Villa e outros heróis revolucionários da América Latina. Até à sua morte, Guevara era, ao lado de Fidel Castro, alguém que celebrava o ódio como a chave para a revolução e como tal um símbolo da guerrilha. Essa imagem de ''Che'' foi a que ficou conhecida nos últimos 40 anos, e foi amplamente utilizada pela cultura pop que adoptou a sua imagem como um ícone da revolução e da rebeldia. Não é este ''Che'' que vamos encontrar neste ''Diários de Che Guevara'' (The Motorcycle Diaries), mas sim um jovem de 23 anos, proveniente de uma família de origem irlandesa e espanhola de classe média alta, estudante de medicina, em puro estado de idealismo e paixão típicos da juventude. Tendo como base diários e cartas, o filme de Walter Salles é naturalmente episódico. Mas não é necessário comungar ou conhecer os ideais de Guevara para nos relacionarmos com este filme, sobre dois amigos que partem numa aventura que os vai mudar para sempre.Nos principais papéis encontramos Gael García Bernal (''E a Tua Mãe Também''; ''Amor Cão'', ''Má Educação''), numa excelente representação do jovem Che, e Rodrigo De la Serna, conhecido actor de teatro argentino que aqui faz a sua estreia internacional e que é primo em segundo grau de Guevara.
A acção deste filme passa-se em 1952, época em que dois jovens argentinos, Ernesto Guevara (Gael García Bernal) e Alberto Granado (Rodrigo de la Serna), partem numa viagem para descobrir a verdadeira América Latina. Ernesto tem 23 anos e é um estudante de medicina especialista em leprologia; Alberto, de 29 anos, é bio-químico. Sob o pretexto de comemorar o seu 30º aniversário na Venezuela, Alberto desafia Ernesto para uma viagem de descoberta pela América do Sul. Com um sentimento romântico de aventura, os dois amigos resolvem abandonar os seus confortáveis ambientes familiares em Buenos Aires e partir estrada fora na motocicleta de Alberto, uma temperamental Norton 500, de 1939, que recebe a alcunha de ''La Poderosa''. A mota acaba por não aguentar a jornada mas eles prosseguem a viagem, à boleia. À medida que se afastam de Buenos Aires, os dois amigos tornam-se cada vez mais próximos, unidos por um sentimento de irmandade e pela crença no progresso e no que a ciência e a medicina podem fazer pela região. Através das pessoas que encontram na estrada – desde complacentes ricos a pessoas de pobreza extrema - os dois amigos começam a conhecer uma América Latina completamente diferente e nasce neles uma afinidade para a humanidade e uma determinação para mudar o mundo, que até então desconheciam. A viagem, durante a qual percorrem 13 mil quilómetros, demora 8 meses. Partindo da Argentina, eles seguem através dos Andes para o Chile, passando pelo deserto de Atacama para o Peru, até chegar à Venezuela e às alturas de Machu Picchu.Quando chegam à colónia de lepra de San Pablo, nas profundezas da Amazónia peruana, os dois jovens já questionam o valor do progresso, definido por sistemas económicos que deixam tantas pessoas numa pobreza extrema e opressora. As suas experiências nesta colónia vão definir a jornada política e ética que vão seguir nas suas vidas.A imagem do implacável executante que acreditava na justiça sumária e no pelotão de execução, esbateu-se quando ''Che'' Guevara foi assassinado por um esquadrão boliviano em Outubro de 1967 e se transformou, num mártir histórico ao nível de Bolivar, Pancho Villa e outros heróis revolucionários da América Latina. Até à sua morte, Guevara era, ao lado de Fidel Castro, alguém que celebrava o ódio como a chave para a revolução e como tal um símbolo da guerrilha. Essa imagem de ''Che'' foi a que ficou conhecida nos últimos 40 anos, e foi amplamente utilizada pela cultura pop que adoptou a sua imagem como um ícone da revolução e da rebeldia. Não é este ''Che'' que vamos encontrar neste ''Diários de Che Guevara'' (The Motorcycle Diaries), mas sim um jovem de 23 anos, proveniente de uma família de origem irlandesa e espanhola de classe média alta, estudante de medicina, em puro estado de idealismo e paixão típicos da juventude. Tendo como base diários e cartas, o filme de Walter Salles é naturalmente episódico. Mas não é necessário comungar ou conhecer os ideais de Guevara para nos relacionarmos com este filme, sobre dois amigos que partem numa aventura que os vai mudar para sempre.Nos principais papéis encontramos Gael García Bernal (''E a Tua Mãe Também''; ''Amor Cão'', ''Má Educação''), numa excelente representação do jovem Che, e Rodrigo De la Serna, conhecido actor de teatro argentino que aqui faz a sua estreia internacional e que é primo em segundo grau de Guevara.
sábado, janeiro 01, 2005
Polar Express
Depois de ''Forrest Gump'' e de ''Cast Away- O Naúfrago'', Tom Hanks e Robert Zemeckis voltam a trabalhar juntos, desta vez num filme de animação tecnicamente inovador, baseado no aclamado conto natalício de Chris Van Allsburg.''Na Noite de Natal, há muitos anos, estava deitado muito quietinho na minha cama. Nem sequer fazia barulho com os lençóis. Respirava devagar e baixinho. Aguardava um som - o som que um amigo me disse que nunca ouviria - dos guizos do trenó do Pai Natal''.É assim que Chris Van Allsburg começa o conto que, desde 1985, fascinou vários milhões de leitores de todas as idades, não só pela sua história mas também pelas ilustrações que a acompanhavam. Entretanto, o rapaz de 8 anos, a que a história não dá nome, continua a pensar alto e a sentir-se dividido quanto à existência do Pai Natal. Ansioso com a chegada dos presentes, ele não consegue pregar olho e é nessa altura que a magia acontece. Vindo do nada, um comboio a vapor mete travões a fundo mesmo à porta da sua casa, provocando um estrondo capaz de acordar a cidade toda. Mas ninguém acorda, nem ninguém deu por nada. Só ele. Estaria a sonhar? Impossível, quando sai para a rua, de pijama e chinelos, ele vê o condutor do comboio que parece esperar por ele para seguir viagem até ao Pólo Norte. Acompanhado por outras crianças, ele inicia assim uma viagem à descoberta de si mesmo e das maravilhas da vida...Robert Zemeckis e Tom Hanks convidam o público a entrar neste comboio numa viagem animada em busca do espírito natalício. Anunciado como a mais perfeita combinação entre interpretação real e animação computadorizada, ''The Polar Express'' é um dos filmes mais caros do ano, com um orçamento milionário de 150 milhões de dólares, o dobro de ''Shrek 2'', e o mesmo do recentemente estreado ''Alexander, o Grande''. É por isso uma grande aposta da Warner Bros que tenta devolver a magia à quadra natalícia e encaixar chorudas receitas de bilheteira.Tom Hanks abraçou o projecto de corpo e alma. Para além de produtor executivo, ele interpreta cinco personagens do filme: o rapaz, o revisor, o operário fantasma que assombra o comboio, o pai do rapaz que não desconfia de nada e o próprio Pai Natal. A inovação está na forma como ele e o restante elenco o fazem. Graças a uma técnica baptizada como motion capture (captura de movimentos), todas as personagens do filme foram interpretadas por actores de carne e osso, vestidos com um fato equipado com inúmeros reflectores, colocados em pontos-chave do corpo, que são lidos por câmaras com sensores digitais. Essa informação segue depois para um computador que constrói a imagem tridimensional dos movimentos e replica até as expressões faciais dos actores.Inventada pela medicina para estudar o alcance do movimento humano, esta técnica tem sido usada nos videojogos de desporto para recriar os movimentos dos jogadores de basquetebol ou futebol. Apesar desta não ser a primeira vez que é aplicada na sétima arte, até aqui nunca ninguém a tinha usado acima do pescoço. Neste caso, os (152) reflectores que os actores usaram no rosto permitiram enviar informação suficiente para identificar todas as expressões que um actor pode ter, enquanto está a ser filmado. Mas nem só de virtudes técnicas se faz este filme. Ao contrário do que tem acontecido noutras propostas recentes do cinema de animação, este ''The Polar Express'' nunca se esquece do seu público-alvo. Com um argumento simples - que não reduz tudo e todos às noções do bem e do mal - emoções fortes e paisagens deslumbrantes, o filme é cuidadosamente pensado para encantar os mais novos.
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