segunda-feira, janeiro 17, 2005

Diários de Che Guevara

FOMOS, EU E A MINHA MARINA, VER ESTE FILME NA SALA 2 NO CENTRO COMERCIAL SOL-MAR DIA 16/01 NA SESSÃO DAS 22H

A acção deste filme passa-se em 1952, época em que dois jovens argentinos, Ernesto Guevara (Gael García Bernal) e Alberto Granado (Rodrigo de la Serna), partem numa viagem para descobrir a verdadeira América Latina. Ernesto tem 23 anos e é um estudante de medicina especialista em leprologia; Alberto, de 29 anos, é bio-químico. Sob o pretexto de comemorar o seu 30º aniversário na Venezuela, Alberto desafia Ernesto para uma viagem de descoberta pela América do Sul. Com um sentimento romântico de aventura, os dois amigos resolvem abandonar os seus confortáveis ambientes familiares em Buenos Aires e partir estrada fora na motocicleta de Alberto, uma temperamental Norton 500, de 1939, que recebe a alcunha de ''La Poderosa''. A mota acaba por não aguentar a jornada mas eles prosseguem a viagem, à boleia. À medida que se afastam de Buenos Aires, os dois amigos tornam-se cada vez mais próximos, unidos por um sentimento de irmandade e pela crença no progresso e no que a ciência e a medicina podem fazer pela região. Através das pessoas que encontram na estrada – desde complacentes ricos a pessoas de pobreza extrema - os dois amigos começam a conhecer uma América Latina completamente diferente e nasce neles uma afinidade para a humanidade e uma determinação para mudar o mundo, que até então desconheciam. A viagem, durante a qual percorrem 13 mil quilómetros, demora 8 meses. Partindo da Argentina, eles seguem através dos Andes para o Chile, passando pelo deserto de Atacama para o Peru, até chegar à Venezuela e às alturas de Machu Picchu.Quando chegam à colónia de lepra de San Pablo, nas profundezas da Amazónia peruana, os dois jovens já questionam o valor do progresso, definido por sistemas económicos que deixam tantas pessoas numa pobreza extrema e opressora. As suas experiências nesta colónia vão definir a jornada política e ética que vão seguir nas suas vidas.A imagem do implacável executante que acreditava na justiça sumária e no pelotão de execução, esbateu-se quando ''Che'' Guevara foi assassinado por um esquadrão boliviano em Outubro de 1967 e se transformou, num mártir histórico ao nível de Bolivar, Pancho Villa e outros heróis revolucionários da América Latina. Até à sua morte, Guevara era, ao lado de Fidel Castro, alguém que celebrava o ódio como a chave para a revolução e como tal um símbolo da guerrilha. Essa imagem de ''Che'' foi a que ficou conhecida nos últimos 40 anos, e foi amplamente utilizada pela cultura pop que adoptou a sua imagem como um ícone da revolução e da rebeldia. Não é este ''Che'' que vamos encontrar neste ''Diários de Che Guevara'' (The Motorcycle Diaries), mas sim um jovem de 23 anos, proveniente de uma família de origem irlandesa e espanhola de classe média alta, estudante de medicina, em puro estado de idealismo e paixão típicos da juventude. Tendo como base diários e cartas, o filme de Walter Salles é naturalmente episódico. Mas não é necessário comungar ou conhecer os ideais de Guevara para nos relacionarmos com este filme, sobre dois amigos que partem numa aventura que os vai mudar para sempre.Nos principais papéis encontramos Gael García Bernal (''E a Tua Mãe Também''; ''Amor Cão'', ''Má Educação''), numa excelente representação do jovem Che, e Rodrigo De la Serna, conhecido actor de teatro argentino que aqui faz a sua estreia internacional e que é primo em segundo grau de Guevara.

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