segunda-feira, fevereiro 28, 2005

O Fantasma da Ópera

FUI VER ESTE MAGNÍFICO FILME/ÓPERA NA SALA 4 DO PARQUE ATLÂNTICO NO PASSADO DIA 2005.02.27 ÀS 21:40 NO DIA QUE COMPLETEI 87 MESES DE NAMORO COM A MINHA AMADA

Ao contrário do que se possa pensar, ''O Fantasma da Ópera'', que Gaston Leroux escreveu em 1910, foi apropriado pelo cinema ainda antes de se transformar num musical, nos palcos do West End e da Broadway.Os alemães foram os primeiros a filmar o livro de Leroux, em 1916, embora a versão mais célebre, ainda no tempo do cinema mudo, seja a interpretada pelo lendário Lon Chaney (1925). Em 1962, Terence Fisher assinou nova adaptação com Herbert Lom. E até Robert Englund (popularizado como Freddy Krueger) já personificou o Fantasma, numa fita de 1989, que misturava alguns elementos sobrenaturais. Ainda assim, o mais invulgar de todos os filmes que contaram esta história foi a versão gore que Dario Argento realizou em 1998.O longo currículo cinematográfico deste conto não foi motivo suficiente para desmobilizar Joel Schumacher, que realiza a sua versão da popular ficção.Corria o ano de 1988 quando o realizador de ''Cabine Telefónica'' decidiu assistir ao mais recente êxito da Broadway, depois de Andrew Lloyd Webber lhe ter telefonado para lhe dizer que tencionava passar a história para o grande ecrã. Depois de ter assistido àquele que classifica como ''o maior espectáculo do mundo'', Schumacher ficou petrificado e decidiu que ia contar esta história. Na escuridão do Teatro Majestic, na Broadway, quando a peça atinge o clímax, o realizador percebeu logo como iria fazer o filme. Apesar disso, só dezasseis anos depois é que o público vai conseguir ver as imagens que ele aí visualizou.Joel Schumacher é mais um realizador que tenta aproveitar a popularidade do género musical, um fenómeno que surgiu após o lançamento de ''Moulin Rouge'', de Baz Luhrmann e que se prolongou com o sucesso de ''Chicago'', de Rob Marshall, que conseguiu arrecadar sete Óscares.Este foi certamente um factor que Schumacher teve em consideração quando deciu realizar esta ópera-rock, com 147 minutos de duração.De resto, Andrew Lloyd Webber, que financiou todo o projecto, já afirmou que, se a recepção do público for positiva, vai começar a filmar o seu extenso catálogo (a começar por ''Sunset Boulevard'').Após um longo casting, esta equipa optou por não colocar grandes nomes nos papéis principais. Emmy Rossum (''Day After Tomorrow'') é a Christine Daae; a interpretação de Raoul, o Visconde de Chagny, foi entregue a Patrick Wilson; e Gerard Butler (''Tomb Raider'') é 'O Fantasma'. Apesar de a produtora ter apostado em salários baixos, o orçamento do mais recente filme de Joel Schumacher está ao nível do de uma superprodução (custou cerca de 80 milhões de dólares). Um grupo de mais de cem cantores e bailarinos a actuar sobre os gigantescos cenários, concebidos pelo realizador, justifica este montante. Só o adereço mais caro do filme - um candelabro com 5,2 metros de altura, que o Fantasma lança sobre o público do teatro - está avaliado em 2 milhões de euros.O realizador não esconde que gosta da escala épica: ''Toda esta história é sobre luz e sombra: é uma história de amor sombrio e obcecado, na Paris de 1870. Tem que ser opulento, voluptuoso e belo. É essa parte que é cinematográfica num musical'', explicou à revista ''Time''.Visualmente poderoso, ''O Fantasma da Ópera'' recria a história de um desfigurado génio musical, Erik, que vive nas catacumbas por debaixo da Ópera de Paris, e que lança o terror sobre os seus ocupantes. Quando se apaixona por Christine, uma ingénua menina de coro, o Fantasma decide fazer dela a nova estrela da Ópera. Com a saída da temperamental diva, La Carlotta, que abandona a última produção da companhia a meio dos ensaios, os novos gerentes não têm outra opção senão confiar em Christine como protagonista. Tudo parece correr às mil maravilhas até ao momento em que Christine se apaixona pelo visconde de Chagny, o que deixa o fantasma furioso.Nasce assim a atmosfera propícia para o dramático crescendo de grandes paixões, ciúmes violentos e amores obsessivos, que ameaçam conduzir os infelizes amantes para um beco sem saída...O facto de os nomes mais fortes do elenco (Miranda Richardson, Minnie Driver) terem sido relegados para papéis secundários, fez com que algumas personagens secundárias acabem por brilhar mais do que os protagonistas. Mas ''O Fantasma da Ópera'' é, sem dúvida, uma máquina bem oleada, onde todas as peças estão no lugar certo, do texto ao elenco, da música aos cenários. Por isso o mais certo é que esta tragédia romântica, povoada por canções delico-doces, consiga cativar muitos espectadores.

In: http://www.estreia.online.pt/

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