Realiza-se amanhã, domingo, uma jornada do “Movimento dos Focolares”, de inspiração cristã, intitulado “Rumo à Fraternidade Universal”. A sessão terá lugar na Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada, pelas 15h00.Todos os anos, durante dois dias, os “Focolares” reúnem em vários pontos do país, incluindo os Açores, mas este ano vão fazer só uma jornada local para um convívio social., porque querem concentrar, em Agosto, todos os simpatizantes nacionais e regionais num só espaço. Este encontro entre portugueses, que dá pelo nome de “Mariápolis”, vai decorrer no Centro Paulo VI, em Fátima.Em Ponta Delgada, a iniciativa de domingo conta com vários momentos musicais, troca de experiências, havendo ainda lugar para a visualização de um vídeo sobre o tema da jornada.Miguel Maurício, do “Movimento dos Jovens para o Mundo Unido”, referiu ao Diário dos Açores que o objectivo dessa jornada, para além do convívio, serve para alertar as pessoas para a unidade dos cristãos, para a necessidade de haver momentos de partilha e de fraternidade entre os homens, e ainda para sensibilizar a comunidade local para uma eventual adesão ao movimento. Os “Focolares” são um movimento internacional que está presente em 182 países e tem cerca de 120 mil membros activos, divididos em 18 ramificações. Mas calcula-se que no mundo existam cerca de 3 milhões e 200 mil simpatizantes. Em S. Miguel, o movimento ecuménico conta com cerca de 300 membros e simpatizantes, jovens e adultos, divididos por vários ramos, dos quais se destaca “O Movimento Juventude Nova” e o “Movimento para a Unidade dos Cristãos”.Todos os meses, a fundadora e presidente do Movimento, Chiara Lubich, retira do Evangelho dominical uma frase e desenvolve-a sob o lema de “Palavra de Vida”. O texto depois é impresso em forma de folheto e enviado, em várias línguas, a todos os membros dos “Focolares”. Os membros de S. Miguel mensalmente reflectem em conjunto sobre a “Palavra de Vida”.Os Focolares são um movimento que começou por ser da Igreja Católica, mas depois tornou-se um movimento ecuménico, com diálogo inter-religioso.Esse movimento começou em Trento, Itália, em 1943, com a percepção de Chiara Lubich de que o drama da II Guerra Mundial trazia consigo uma lição decisiva: “Tudo passa, tudo é vaidade das vaidades. Só Deus permanece”. Na página dos “Focolares” www.focalere.org. podemos ler que “a descoberta de que Deus é Amor transforma completamente a vida da fundadora e a de suas primeiras companheiras. Elas comunicam esta descoberta e logo muitas outras pessoas desejam compartilhar. Esta será a primeira centelha inspiradora da espiritualidade que nasceu. Em resposta a este Amor, o Evangelho é redescoberto como uma revolução pessoal e colectiva que sana divisões, conflitos e disparidades sociais”. Nasce assim um Movimento de renovação espiritual e social. Desde os seus primórdios, as pessoas chamam o Movimento de "Focolari" (palavra italiana que significa lareira), pelo fogo do amor evangélico experimentado.Na direcção do Movimento está a presidente, que pelo Estatuto será sempre uma mulher leiga, assistida por um Conselho. Apesar de ser uma única realidade, pela variedade das pessoas que o compõem - famílias, adultos, jovens, adolescentes, crianças - todos das mais variadas condições sociais e vocações - leigos, sacerdotes, religiosos, bispos - , o Movimento desdobra-se em 18 ramificações, das quais cinco são movimentos de largo alcance, que actuam em vários ambientes: "Famílias Novas", para a unidade da família; "Humanidade Nova", para a renovação social; "Movimento Paroquial" no âmbito eclesiástico; "Jovens por um Mundo Unido", no mundo juvenil e "Movimento Juvenil pela Unidade", para adolescentes. No centro do Movimento estão os "Focolares" - masculinos e femininos - que mais não são do que pequenas comunidades, de um novo estilo, compostas por leigos. Os “Focolares” são o centro de irradiação e de convergência da família do Movimento, coração do Movimento nas cidades onde se encontram. Miguel Maurício esclarece que a espiritualidade é vivida em diferentes modos, além dos católicos, também por cristãos de várias Igrejas e comunidades, entre os quais ortodoxos, anglicanos, luteranos, evangélicos, reformados; por fiéis de outras religiões, entre os quais hebreus, muçulmanos, budistas, hinduístas, e por pessoas de convicções não religiosas. No ecumenismo, a “Espiritualidade da Unidade” contribui para que se derrubem preconceitos entre os cristãos, alimentando um "ecumenismo da vida", um "ecumenismo do povo". É compartilhada por membros de cerca de 300 Igrejas e comunidades cristãs, cujos líderes incentivaram a difusão desta espiritualidade. Entre eles os Patriarcas ortodoxos ecuménicos, nomeadamente Atenágoras I, Demétrio I e Bartolomeu I, os Arcebispos anglicanos de Canterbury Ramsey, Coggan, Runcie e Carey, os Bispos Luteranos Dietzfelbinger, Hanselman e Kruse, e o Irmão Roger Schutz, fundador da comunidade de Taizé. O diálogo Inter-religioso desenvolve-se em vários países com judeus, muçulmanos, budistas, hinduístas, taoístas e animistas que partilham aspectos da “Espiritualidade da Unidade” e colaboram com o movimento em actividades no campo social, a favor da paz e da justiça social. O Movimento dos Focolares é membro da Conferência Mundial das Religiões pela Paz (WCRP – World Conference of Religions for Peace), da qual Chiara Lubich, desde 1994, é presidente de honra.
Por Nélia Câmara
In http://www.da.online.pt/news.php?id=83012&w=focolares
segunda-feira, março 07, 2005
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