FUI VER ESTE TRILLER PSICOLÓGICO NO PASSADO DIA 2005.05.27 ÀS 22H NA SALA 1 DO CINE SOL*MAR COM A MINHA NAMORADA E A NOSSA AMIGA CARLA
Anna (Nicole Kidman) é uma jovem viúva que continua muito ligada às memórias do falecido marido, Sean, e que tem dificuldades em prosseguir com a sua vida. Dez anos passados, ela parece estar a recuperar a alegria de viver e o seu sorriso. Por isso decide aceitar o pedido de casamento de Joseph (Danny Huston), um homem simpático que a galanteou durante os últimos anos, e seguir em frente com a sua vida.Mas na véspera do casamento, conhece Sean (Cameron Bright), um rapazinho de 10 anos que afirmar ser a reencarnação do seu marido. Obviamente, ela começa por considerar a história totalmente absurda, mas o facto de esta criança conhecer pormenores acerca de situações que viveu com o seu falecido marido, fazem com que ela fique intrigada.Aos poucos, Anna começa a recordar factos do seu passado e a questionar se deve seguir com a sua vida ou agarrar-se a uma recordação do passado.Apesar de ter uma premissa interessante, 'Birth' não é um filme genial. O enredo tem menos reviravoltas do que as que normalmente existem neste tipo de filmes e revela-se bastante incoerente e aborrecido. Entre a introdução e o desenlace, a acção propriamente dita é tão pouca que caberia melhor numa curta-metragem. Contudo, Nicole Kidman tem uma interpretação de primeira linha e Jonathan Glazer consegue criar algumas imagens interessantes. Convém ainda destacar o desempenho do jovem Cameron Bright que promete ser o novo menino prodígio da sétima arte. No cômputo geral, podemos dizer que este parto poderia ter sido mais feliz.
in http://www.estreia.online.pt
Há filmes que nascem contra os desígnios do mundo. Não porque queiram ir contra tudo e contra todos. Apenas porque não se satisfazem com o que é voz corrente, com o que nos desvia da luminosidade da verdade, ou ainda porque, muito em particular, não aceitam que o amor seja apenas um tema “universal” e intermutável. «Birth», de Jonathan Glazer, é um desses filmes. Que é como quem diz: a história de um amor que segue em frente, sejam quais forem os desígnios do mundo. Para simplificar (oh... e quanto simplificamos quando nos exprimimos assim!), digamos que é uma história que tende para o fantástico: uma jovem mulher, Anna (Nicole Kidman), é confrontada por um rapaz de 10 anos, Sean (Cameron Bright), que se afirma como a reencarnação do falecido marido de Anna. Sugerir que se trata de uma revisitação do dispositivo dramático de «Ghost» (1990) seria mais do que precipitado — seria totalmente inadequado. O que Anna é levada a viver está para além de uma qualquer dicotomia entre o mundo real e o país dos fantasmas. Em boa verdade, é uma questão secundária saber se Sean é ou não uma “falsa” reencarnação (esperemos, aliás, que o jornalismo menos responsável tenha um louvável acesso de pudor e não revele a evolução dos factos do argumento). Aquilo que Jonathan Glazer filma é a radical cumplicidade do impulso amoroso com o silêncio envolvente da morte — é a sua vida também através da morte. Bem sei que é prudente evitar as considerações de mera exaltação comparativa. Em todo o caso, atrevo-me a sugerir que, provavelmente desde «Eyes Wide Shut» (1999), não víamos uma Nicole Kidman tão despojada e complexa, tão transparente e indecifrável (e bem sabemos que, entretanto, ela fez alguns prodigiosos trabalhos). Seja como for, «Birth» é um pequeno milagre cinematográfico, um filme conduzido por um olhar austero, maníaco do detalhe, capaz de valorizar a perturbação de cada imagem e o enigma de cada som. O cinema é isso… Ou não é?
sábado, maio 28, 2005
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