FUI VER ESTE FILME INTRIGANTE COM A MINHA MENINA NO PASSADO DIA 2006.02.01 NA SALA 1 DA CASTELLO LOPES CINEMAS NO PARQUE ATLÂNTICO EM PONTA DELGADA ÀS 21:40.
Com o fim da Guerra Fria muitos autores deixaram de ter matéria para escrever romances de pura espionagem. John Le Carré, um dos mais brilhantes escritores da actualidade, não foi excepção e em obras mais recentes, como «O Alfaiate do Panamá» e este «The Constant Gardener», acentuou a sua vertente de comentador social e autor de crónicas de costumes.Apesar disso, «O Fiel Jardineiro» é acima de tudo uma história de amor, no sentido lato; o amor por uma mulher, por uma causa e por um continente. A ficção começa por nos apresentar Justin (Ralph Fiennes), um oficial diplomático do governo britânico, e a sua mulher, Tessa (Rachel Weisz) , uma activista militante. Pouco depois do casamento, Justin é destacado para o Quénia e o casal instala-se em Nairobi. Uns meses mais tarde, Tessa e o seu amigo Arnold (Hubert Kounde), um médico africano, são encontrados mortos. A acção do filme arranca com um crime que aos olhos de Justin prova a infidelidade recente da sua mulher. Atormentado, resolve iniciar uma investigação que o levará a repetir os passos de Tessa. Aos poucos, vai ficando a conhecer melhor o carácter da mulher e constata que ela estava a investigar a actuação ilegal de várias empresas farmacêuticas que, com a conivência das autoridades inglesas, usavam os quenianos como cobaias para testar uma nova vacina contra a tuberculose. Ao longo desta jornada, Justin vai descobrindo um continente que desconhecia por completo, arrastando o espectador nesta sua descoberta.John Le Carré dotou esta história de uma estrutura circular, onde os dados vão sendo revelados de forma parcelar. Fernando Meirelles respeitou esta opção e apresenta-nos um filme com um estilo narrativo fragmentado e não linear que, através de elipses e flashbacks, vai reconstituindo o percurso de Tessa, sem nunca perder de vista o drama íntimo deste casal. «The Constant Gardener» congrega vários géneros, misturando o drama afectivo com o thriller, e abordando as questões sociais e políticas da época.Fernando Meirelles recorre mais uma vez a uma fotografia saturada, ao uso da câmara ao ombro e a uma abordagem quase documental dos espaços, criando assim uma visão crua e orgânica desta realidade. Tal como acontecia em «Cidade de Deus» adopta uma visão estética «suja» que casa bem com o tema da desumanidade e da corrupção que o filme explora.Quanto aos actores há a registar uma confirmação e uma revelação. Ralph Fiennes, indiscutivelmente o melhor actor britânico da sua geração, repete aqui um registo semelhante ao de «O Paciente Inglês», encarnando de forma genial a figura de um homem recatado, aparentemente indiferente aos problemas que o rodeiam, que gosta de cuidar de plantas. Há quem considere que este é o seu maior papel (ele que tem tantos) e muitos afirmam que isso lhe valerá uma nomeação ao Oscar. Se tal acontecer, este pode ser o ano em que o actor recebe a estatueta dourada que já vem merecendo há algum tempo. Rachel Weisz, actriz que até aqui apenas tinha tido desempenhos pouco mais do que medianos em filmes vincadamente comerciais, revela-se uma actriz dramática com A maiúsculo, não tendo escapado a uma 'rajada' de elogios da imprensa internacional.Todos estes argumentos deram origem à opinião generalizada de que estamos diante de um dos filmes obrigatórios de 2005.
LNK apresenta, um filme de Fernando Meirelles com Ralph Fiennes, Rachel Weisz, Danny Huston, Pete Postlethwaite, Hubert Koundé....
in http://www.estreia.online.pt
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
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