domingo, outubro 03, 2004

Minha Vida Sem Mim

FUI VER ESTE FILME COMOVENTE COM A MINHA NAMORADA MARINA NA SALA 2 NO CENTRO COMERCIAL SOL-MAR EM PONTA DELGADA

Num curto espaço de tempo, Ann (Sarah Polley) descobre que tem cancro e pouco tempo de vida. O final fica claro desde o início, ela vai morrer. Mas a delicadeza com que o tema é abordado e a óptica da personagem perante a gravidade do assunto, rumam a um filme sensível e emocionante. Perece piegas até dizer que a visão da morte torna o filme sensível. No entanto é a maneira como tudo se desenrola, a força que uma mulher de 23 anos mostra para enfrentar o desconhecido e ainda assim estar inteira.
Ann tem uma vida simples, é casada com Don (Scott Speedman), tem duas pequenas filhas e mora numa rolote no quintal da casa da sua mãe. O pai (Alfred Molina) está preso. Seu emprego noturno de limpezas numa faculdade sustenta tudo isso. Ao receber a notícia sobre a doença o seu mundo abre-se ao invés de desmoronar. O seu olhar para o mundo descobre quantas coisas devem ser aproveitadas e descobertas, e então ela prepara-se para a partida. Procura viver intensamente, novas experiências e tornar a vida de cada um que ama melhor quando ela já não estiver por perto. Minha Vida sem Mim retrata exactamente a vida que ela prepara ao seu redor para a felicidade na sua ausência.
É nos braços de outro amor, Lee (Mark Ruffalo), que ela busca refúgio silencioso para a sua dor e solidão. Resultado inevitável da escolha de não dividir seu problema. Seu aliado é um médico tímido, que busca compreender seus sentimentos e ajudá-la.
Com produção de “El Deseo”, empresa produtora de Pedro Almodóvar, a directora Isabel Coixet, inspirou-se num conto, “Pretending the bed is a Raft” de Nanci Kincaid. Mas com a decisão radical de mudar o clima da história, do calor para o frio. Por isso e também pela diminuição de custos a escolha foi o Canadá como cenário.
Claro que é um filme triste, no entanto a beleza está sempre presente. E a personalidade de Ann dá-nos uma lição maravilhosa. Por que esperar a data da morte para seguirmos adiante em direcção daquilo que pode nos fazer mais feliz?

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