domingo, maio 30, 2004

Hungria

Localização geográfica: Europa Central
Área: 93 032 km2
População: 10 208 127 habitantes (1998)
Capital: Budapeste
Outras cidades importantes: Debrecen, Miskolc, Szeged e Pécs
Data de independência: 1989
Regime político: República multipartidária
Unidade monetária: Forint
Língua oficial: Húngaro
Religiões maioritárias: Catolicismo e Protestantismo

República da Europa Central, faz fronteira com a Eslováquia a norte, com a Ucrânia e a Roménia a leste, com a Eslovénia, a Croácia e a Jugoslávia a sul, e a Áustria a oeste. Tem uma área de 93 032 km2 e uma população de 10 208 127 habitantes, o que corresponde a uma densidade populacional de 110,0 hab./km2. A capital da Hungria é Budapeste, onde vive cerca de 21% da população. Tal como em muitos outros países europeus, a população húngara tem tendência para diminuir, facto que se vem registando desde a década de oitenta. Estima-se que, em 2025, a população seja apenas de 9,4 milhões de habitantes, dado que se prevê que a taxa de mortalidade (14,6o/oo) que aumentou nos últimos anos, continue a ser superior à taxa de natalidade (11,7o/oo).
Distinguem-se quatro regiões na Hungria: a Grande Planície Húngara, situada no sul e leste do país, ocupando mais de metade do território; a Pequena Planície Húngara, situada no noroeste; o sistema montanhoso conhecido por Transdanúbia, com altitudes compreendidas entre os 400 e os 700 metros, separando as duas planícies húngaras; e as Montanhas do Norte, de características vulcânicas, que integram o sistema montanhoso de nome Mátra onde se encontra o ponto mais alto da Hungria, o Monte Kékes, com 1 015 metros.
Os recursos hidrográficos são vastos, sendo os maiores rios o Danúbio e o Tisza, que percorrem o país de norte a sul, destacando-se, também, a existência de um dos maiores lagos da Europa, o Lago Balaton, com 598 km2.
O clima da Hungria é continental e moderadamente seco, com um nível de precipitação média anual de 550 a 600 mm nas terras baixas e de 600 a 800 mm nas terras altas, enquanto que a temperatura varia de -4o C a 0o C em Janeiro e de 18o C a 23o C em Julho.
O povo húngaro, vulgarmente designado por magiar (nome também atribuído à língua húngara), é bastante homogéneo, sendo muito difícil distinguir qualquer subgrupo. Constitui 97% do total da população, sendo os restantes 3% compostos por ciganos, alemães, eslovacos, sérvios, croatas e romenos.
A Hungria tem na bauxite, no carvão e no manganésio os principais recursos minerais, contando também com quantidades substanciais de chumbo, zinco e cobre. Nos últimos anos, têm sido descobertas na Hungria áreas consideráveis de petróleo, gás natural e urânio, alterando o panorama húngaro quanto a recursos energéticos, até então tido como pobre.
Até 1989, a Hungria teve uma economia socialista, planeada e dominada pelo Estado, caracterizada pela estagnação, pela inflação galopante e pela descida do rendimento per capita. Com o desmoronamento do bloco de leste, a Hungria abriu caminho em direcção à liberalização da economia, facto que não constituía novidade para o país, já que, entre 1968 e 1973, vigorou o Novo Mecanismo Económico (NEM), um programa de reformas económicas que passava pela abolição das directivas estatais em detrimento das decisões e iniciativas privadas, pelo nivelamento dos preços em relação aos custos de produção e atribuição de bónus a trabalhadores e gerentes em conformidade com os lucros obtidos. Mas a reforma do fim da década de oitenta foi mais longe, ao definir, não só a eliminação de empresas estatais que se encontravam em processo de bancarrota, como também a não atribuição de qualquer apoio ou subsídio a empresas privadas em situação similar. Estas medidas favoreceram o sector industrial, o de maior peso na economia (representa 33% do PIB, e emprega 1/3 da mão-de-obra), pois permitiu uma reestruturação selectiva das indústrias, orientando-as para a produção de bens com procura garantida no mercado, especialmente as construções mecânicas dirigidas à exportação. Os produtos industriais mais importantes são o cimento, o aço em bruto e o aço laminado, fertilizantes, têxteis e vestuário, artigos electrónicos (televisão e rádio), locomotivas e autocarros.
Apesar de a importância da agricultura ter decrescido dentro do quadro económico húngaro (7% do PIB), a verdade é que este país é auto-suficiente no que se refere à produção de bens agrícolas, chegando mesmo a exportar vários desses produtos. Destes destacam-se o milho, o trigo, a beterraba, a cevada e a batata. Em 1993, 94 e 95 a seca afectou bastante a agricultura, mas os rebanhos aumentaram, o que traduz um certo êxito das reformas implementadas.
Quanto ao sector terciário, verifica-se que o sistema financeiro continua sob o controlo estatal, apesar de haver, actualmente, uma gradual divisão das actividades financeiras com os bancos privados. Há que realçar a importância do turismo na obtenção de divisas estrangeiras, devendo parte do seu desenvolvimento às excelentes estruturas de comunicação (estradas, caminhos-de- ferro e transportes aéreos).
A Hungria - nomeadamente a sua capital, Budapeste - é famosa pela intensa actividade cultural, fruto do enorme investimento estatal nesta matéria que cria excelentes condições de trabalho para os vários artistas. Assim se compreende o elevado número de tantos artistas húngaros de renome internacional, como Béla Bartók, Zoltán Kodály ou Kálmán Mikszáth.
A Hungria tem as suas raízes históricas no ocupação das margens do Rio Danúbio pelo povo magiar nos finais do século IX, terras essas que tinham sido ocupadas pelos romanos (ano 14 a. C. - século IV d. C.), pelos germanos (século V), pelos avaros (séculos VI-VIII) e pelo império de Carlos Magno (século IX). Nos finais do século X, os magiares adoptam o Cristianismo como religião, iniciando, ao mesmo tempo, a estruturação de um reino forte e independente; e, no século XII, a Hungria era o principal Estado da Europa centro-leste. Contudo, em 1241, dá-se o início do fim da Hungria como reino independente, através da grande invasão mongol, que dizimou metade da população húngara e deixou um rasto de completa destruição. Após esta invasão, a Hungria mergulhou num período de instabilidade interna, culminando no desaparecimento da dinastia régia Arpad, em 1301. A partir desta data, a Hungria passou a ser dominada pela casa real de Nápoles e, após as invasões dos turcos otomanos iniciadas no século XIV, a Hungria foi dividida, em 1568, em três partes: uma faixa estreita a ocidente passou para o domínio dos Habsburgos da Áustria (que acabariam por dominar toda a Hungria nos finais do século XVII); a leste, a Transilvânia ganhou o estatuto de autonomia sob a soberania dos turcos; e a parte central passou para o domínio directo dos turcos.
Em 1848 ocorre uma revolução liderada por intelectuais húngaros com o objectivo de obter a independência da Hungria, causada não só pelo descontentamento social provocado pela política despótica dos austríacos, como também pelos constantes conflitos étnicos existentes entre os magiares e as outras etnias presentes no território, como os romenos, os eslovacos, os sérvios e os croatas. Na sequência desta revolução formou-se em 1867 o império austro-húngaro, sob o qual a Hungria gozou de maior independência interna, embora não a suficiente para alguns sectores da sociedade representados no parlamento, o que causou várias situações de instabilidade política. Este império dissolveu-se com o fim da Primeira Guerra Mundial - durante a qual manteve uma aliança com a Alemanha -, sendo o território húngaro dividido, sob o Tratado de Trianon (4 de Junho de 1920) entre a Roménia, a Checoslováquia, a Jugoslávia, a Áustria, a Polónia e a Itália, ficando a Hungria com praticamente a área que possui nos nossos dias. Este desmembramento foi acompanhado por um período de grande instabilidade e ruptura social, política e económica, cuja causas se encontram na ocupação da Hungria pelo exército romeno e na tentativa falhada dos bolcheviques húngaros em conquistarem o poder. Toda esta conjuntura deixou feridas profundas na sociedade húngara, o que, junto com uma reconstrução nacional que se mostrou difícil e demorada, veio a contribuir para um largo crescimento dos movimentos radicais de direita. Tal facto esteve na origem da aliança entre a Hungria e a Alemanha de Hitler, através da qual viam a oportunidade de recuperar as áreas perdidas com o Tratado de Trianon. Com o decorrer da guerra, a Hungria foi-se envolvendo cada vez mais no conflito, sobretudo na frente leste, onde se opunham as forças alemãs às soviéticas, contando para isso com o apoio da maioria dos húngaros, que guardavam na memória a má experiência bolchevique ocorrida em finais da década de vinte. No entanto, a União Soviética revelou-se mais forte, fazendo retroceder gradualmente as forças germano-húngaras até as expulsarem da Hungria em 4 de Abril de 1945. A partir de então, a presença das forças soviéticas abriu caminho à implantação de um regime comunista, numa primeira fase de uma forma discreta, tornando-se depois mais concreta e efectiva em 1949, com a declaração da República Popular da Hungria, processo este que nem a revolução de 1956 conseguiu impedir. Neste ano subiu ao poder János Kádár que, embora comunista, conseguiu implementar ao nível da economia e da cultura políticas com algumas características liberais, tornando assim a Hungria no país pró-soviético mais tolerante.
Com o fim do comunismo na União Soviética e o seu consequente desmembramento em 1989, a Hungria aproveitou a oportunidade para se libertar daquela ideologia, iniciando um processo de democratização fundamentado na revisão da Constituição, na qual se estabeleceu a divisão dos poderes (legislativo, judicial e executivo), a implantação de um sistema político multipartidário e o consequente abandono do termo "popular" na designação do país. As eleições de 1990 levam ao poder uma coligação de partidos formada pelo Fórum Democrata Húngaro, pelo Partido dos Proprietários Independentes e pelo Partido Democrata Cristão, e chefiada pelo líder do Fórum, József Antall. Deu-se então início à execução de reformas económicas com vista a aproximar a Hungria dos níveis de vida dos países da Europa ocidental. Contudo, o governo revelou-se impotente para levar a cabo tais reformas, o que resultou numa pesada derrota para os partidos da coligação (principalmente o Fórum) nas eleições gerais de 1994, que deram uma larga vitória ao Partido Socialista Húngaro (54% dos votos), foi formado por ex-membros do Partido Comunista. No entanto, para evitar qualquer desconfiança ou receio, quer por parte dos húngaros, quer por parte da comunidade internacional, o PSH estabeleceu um acordo com a Aliança dos Democratas Livres (18% dos votos) com vista à formação de um governo de coligação sob a liderança do socialista Gyula Horn. Este governo tem tentado, desde então, tornar as reformas económicas mais efectivas, tendo dado ao mesmo tempo início a um processo de revisão constitucional para, num prazo de dois anos, ser aprovada uma nova Constituição.

quarta-feira, maio 26, 2004

F. C. Porto Campeão Europeu Crónica do site da UEFA

Dezassete anos depois de ter ganho a Taça dos Clubes Campeões Europeus, o FC Porto conquistou a UEFA Champions League, ao bater o AS Monaco FC, no Arena AufSchalke, por 3-0. Os "azuis-e-brancos" tornam-se, assim, na segunda equipa da história a conquistar a Taça UEFA e a mais importante competição europeia de clubes em duas épocas consecutivas (depois de o Liverpool o ter conseguido na década de 70).

Equipas em 4-4-2
O jogo não teve um período de estudo mútuo com as duas equipas a provarem que vinham bem ensinadas dos balneários. José Mourinho e Didier Deschamps não apresentaram surpresas nos respectivos “onzes” titulares. Os campeões nacionais surgiram com o habitual 4-4-2, com Derlei e Carlos Alberto a relegarem Benni McCarthy para o banco de suplentes. Do lado dos franceses, o capitão Ludovic Giuly apareceu ao lado de Fernando Morientes, formando uma dupla de ataque.

Baía salva

O Mónaco começou melhor e, ao contrário do que é costume, o FC Porto pareceu algo nervoso nos momentos iniciais. Como resultado dessa entrada menos boa, logo aos 3 minutos,
Lucas Bernardi recuperou a bola no meio-campo, Edouard Cissé lançou Giuly em velocidade, mas Vítor Baía saiu muito bem da área e afastou o perigo com os pés quando o capitão do Mónaco estava isolado.

Carlos Alberto aproveita

Aos 39 minutos, Paulo Ferreira centrou para a zona da marca da grande penalidade, Givet não consegue o alívio e Carlos Alberto, aproveitando o ressalto, toca de pé direito para o fundo da baliza. Aos 19 anos, o jovem brasileiro tornou-se no terceiro mais novo marcador em finais da Liga dos Campeões e logo com o seu primeiro golo nas competições europeias.

Jogo de banco

Mourinho fez entrar Alenichev para o lugar de Carlos Alberto na tentativa de reconquistar o meio-campo e Deschamps respondeu com a entrada do ponta-de-lança Shabani Nonda para o lugar de Cissé. O FC Porto só precisava de uma oportunidade para sair em contra-ataque e decidir o jogo.

Deco aumenta

E foi na sequência de uma rápida contra-ofensiva que o FC Porto elevou para 2-0. Aos 71 minutos, Pedro Mendes recuperou a bola à entrada da área portista, lançou Deco que saiu do seu meio-campo com a bola controlada e assistiu Alenitchev no flanco esquerdo. O russo devolveu o passe ao luso-brasileiro que, já dentro da área, atirou com calma e classe para o canto direito da baliza de Roma.

Alenitchev confirma

Quatro minutos mais tarde, os "dragões" confirmaram a superioridade técnica e táctica, desta vez com Alenitchev a finalizar. Um centro de Derlei bateu em Squillaci e o ressalto sobrou para o internacional russo, que disparou fortíssimo estabalecendo o resultado final.

Festa portuguesa

A festa "azul-e-branca" tomou conta das bancadas e, apesar dos últimos esforços dos franceses, o FC Porto aproveitou os útlimos minutos para saborear mais um triunfo histórico.

In: http://pt.uefa.com/competitions/UCL/fixturesresults/round=1716/match=1065206/Report=RP.html

José Mourinho nas nuvens

"O meu futuro vai ser decidido nos próximos dias. Não tenho qualquer acordo ou pré-acordo com qualquer clube. Contudo, posso dizer que a minha vontade é sair"

Depois de mais uma importante vitória pelo FC Porto, o treinador dos "azuis-e-brancos" decidiu partilhar a festa com a família, abraçando-se aos filhos e à mulher logo a seguir ao apito final do árbitro. Em declarações depois do jogo, José Mourinho mostrou-se muito feliz com a conquista de mais um troféu ganho ao serviço do FC Porto.

Celebrar com a família

"Assim que o jogo terminou pude celebrar a vitória com a minha família, o que foi fantástico. É um momento de extrema alegria para mim e para os meus jogadores", começou por revelar o técnico dos "dragões", acrescentando que "houve uma altura em que Deschamps teve de arriscar, ao fazer entrar Nonda. Ainda assim, com a entrada de Alenitchev, a partida ficou equilibrada".

Momento-chave

Visivelmente feliz com esta nova vitória, José Mourinho revelou: "Sentimos que o jogo poderia estar decidido quando fizemos o segundo golo e a partir dessa altura gerimos da melhor forma a partida".

Tempo para celebrar

No que toca ao seu futuro, o técnico sublinhou: "Agora é altura de celebrar e há tempo para falar sobre isso", ressalvou, acrescentando: "A vida de um treinador e de um clube é marcada por estes momentos. Há altos e baixos, e sei que um dia as coisas me vão correr menos bem, contudo, estou preparado para isso".

Em sonhos

Por outro lado, o capitão dos portistas revelou: "Era impossível prever que isto poderia acontecer ao FC Porto. É óbvio que sonhava com este momento mas nunca me passou pela cabeça que pudesse acontecer. Esta grande vitória é resultado do excelente trabalho desenvolvido neste clube, a todos os níveis e sinto-me neste momento capitão da melhor equipa da Europa".

'Classe veio ao de cima'

O guarda-redes do FC Porto rubricou uma excelente exibição na final de Gelsenkirchen e, segundo o jogador, “tivemos a sorte do jogo na primeira parte. Contudo, no segundo tempo, fomos superiores e a classe dos nossos jogadores veio ao de cima. A conquista da Liga dos Campeões é um momento fantástico para todos nós, revelou Vítor Baía.

'Sensação única'

Para Deco, um dos melhores elementos em campo do lado dos portistas, “o jogo ficou decidido quando marquei o golo. Conquistar este troféu é um momento mágico e uma sensação única. Trata-se do máximo que um jogador pode obter a nível de clubes. Não contava com este desfecho no início da época mas sabia que a nossa equipa tinha qualidade para chegar aqui”.

A bandeira de Portugal

Segundo Derlei, “a bandeira de Portugal está no topo da Europa. Realizámos uma época sensacional e a conquista da Liga dos Campeões é o corolário do trabalho realizado. A equipa trabalhou muito para chegar aqui e estamos todos de parabéns”, referiu o atacante brasileiro, acrescentando: “Espero agora que os portugueses celebrem novamente no EURO 2004™ com a vitória da selecção portuguesa.

In: http://pt.uefa.com/competitions/UCL/news/Kind=512/newsId=182603.html

VIVA AO F. C. PORTO CAMPEÃO EUROPEU DE CLUBES 2004

A Europa é nossa! Depois da brilhante conquista na Taça UEFA da temporada passada, o F.C. Porto venceu a UEFA Champions League 2003/04, numa prova de classe, dedicação e qualidade. Num ambiente fantástico, num estádio a ferver, a equipa de José Mourinho fez pura magia, foi inteligente e não deu hipótese. Com a uma frieza perfeita, instinto apurado e muita classe, despachou o Mónaco com um marcador robusto. A Invicta pode festejar. O título é azul e branco!

Não dá para falar de futebol num momento como este. Podíamos consumir um par de parágrafos a dizer que o F.C. Porto foi a equipa mais madura, jogou com mais cabeça, circulou a bola quando teve de circular, foi letal na hora de golpear o oponente. Era quase obrigatório resumir esta crónica ao labor e à mestria de uma equipa que já entrou para a história, que assinou dois anos verdadeiramente inesquecíveis, que nos fez sonhar!

Mas não! Hoje é só emoção. Neste momento, a festa avança ao ritmo do teclado, num orgulho inigualável. Carlos Alberto, Deco e Alenitchev desenharam os contornos da façanha. Tiveram nas suas mãos milhões de corações, chamaram a si a responsabilidade de decidir, não titubearam na hora de ser felizes.

O F.C. Porto não pestanejou durante toda a partida. Nem quando viu que o Mónaco estava a jogar prioritariamente para o controlar, com um meio-campo reforçado e Rothen, um extremo fogoso, em espaços interiores, para fechar caminhos e tentar ajudar no combate pelo couro. Sem qualquer tipo de pressão, com a atitude certa das grandes equipas, o Dragão fez o que melhor sabe fazer. Geriu as emoções e o esforço, pensou antes de arriscar, aproximou-se rapidamente da probabilidade de sucesso.

Com fé, claro, com muita fé! Este Porto é impar, é fabuloso! Que linda foi a partida! Tanta lágrima, tanto suor, tanto empenho! O F.C. Porto foi frio durante todo o jogo. Agora, na hora de erguer a taça, tem todo o direito de soltar tudo o que remoeu. Em festa, aos pulos. Como quiser.

Amanhã cumpre-se o 17º aniversário da grande noite de Viena. Nada melhor para festejar o calcanhar de Madjer e a qualidade daquele conjunto fantástico do que... a repetição de todas essas sensações. O F.C. Porto é grandioso. O F.C. Porto é especial. O F.C. Porto só sabe ganhar! Esta quarta-feira, em Gelsenkirchen, subiu ao céu, comprou um lugar vitalício junto dos Deuses e alimentou ainda mais paixões. Agora sim o país pode parar. A taça da UEFA Champions League fala a língua de Camões.

FICHA DO JOGO
UEFA Champions League (final)
Estádio Arena Auf Schalke, em Gelsenkirchen
Árbitro: Kim Milton Nielsen (Dianarca)
Assistentes: Jens Larsen e Jorgen Jepsen
4º árbitro: Erik Knud Fisker

MÓNACO: Roma; Ibarra, Rodriguez, Givet e Evra; Zikos; Edouard Cissé, Bernardi e Rothen; Giuly «cap.» e Morientes
Substituições: Giuly por Prso (23m), Edouard Cissé por Nonda (68m) e Givet por Squillaci (71m)
Não utilizados: Tony Sylva, Plasil, Squillaci, Adebayor e El-Fakiri
Treinador: Didier Deschamps

F.C. PORTO: Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa «cap.», Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco; Derlei e Carlos Alberto
Substituições: Carlos Alberto por Alenitchev (60m), Derlei por McCarthy (77m) e Deco por Pedro Emanuel (84m)
Não utilizados: Nuno, Ricardo Costa, Jankauskas e Bosingwa
Treinador: José Mourinho
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Carlos Alberto (39m), Deco (70m) e Alenitchev (75m)
Disciplina: Cartão amarelo a Nuno Valente (28m), Carlos Alberto (39m)

in: http://www.fcporto.pt/Info/Futebol/Noticias/infofut_futlcfcpmoncro_260504_7224.asp

domingo, maio 23, 2004

Malta

Localização geográfica: Europa do Sul, Mar Mediterrâneo
Área: 316 km2
População: 379 563 habitantes (1998)
Capital: La Valeta
Outras cidades importantes: Birkirkara, Qormi, Hamrun e Sliema
Data de independência: 1947
Regime político: República multipartidária
Unidade monetária: Libra maltesa
Línguas oficiais: Inglês e Maltês
Religião de Estado: Catolicismo

É uma república independente, um pequeno mas estratégico e importante grupo de ilhas situadas no centro do Mar Mediterrâneo. São cinco ilhas: Malta, a maior, Gozo, Comino, Comminotto e Filfla. Ficam a 93 quilómetros do sul da Sicília e situam-se a este da Tunísia e a norte da Líbia. Tem uma área total de 316km2. O porto de Dockyard é o mais importante do país. O clima é tipicamente mediterrânico, quente, com Verões secos, por vezes com Outonos temperados. A vegetação é escassa; no solo arável, que corresponde a dois quintos do território, pratica-se a agricultura. A principal indústria do país é o turismo devido às atractivas praias das ilhas.
A população de Malta está estimada em 379 563 pessoas que são, na sua grande maioria, habitantes das áreas urbanas. Etnicamente, 95% são naturais de Malta e os restantes são ingleses ou descendentes de italianos. As línguas oficiais são o inglês e o maltês. La Valeta é a capital, destacando-se ainda cidades como Birkirkara, Qormi, Hamrun e Sliema.
Malta foi ocupada antes de Cristo pelos Fenícios, Gregos, Cartagineses e Romanos. Segundo a lenda, São Paulo naufragou em Malta no ano 60 d. C. quando andava a converter as populações. A partir desta data, os malteses aderiram ao Cristianismo e a este permanecem fiéis até hoje. Com a divisão do Império Romano em 395 d. C. a zona este da ilha foi cedida ao domínio de Constantinopla. Em 1090 o conde Roger da Sicília conquistou Malta e submeteu-a às suas leis até ao século XVI. Em 1530, Malta foi cedida à Ordem Hospitalar de S. João de Jerusalém, uma ordem religiosa e militar pertencente à Igreja Católica. Em 1798, Napoleão Bonaparte invadiu Malta, mas quatro anos depois retirou-se e a ilha ficou sob a protecção dos ingleses. Foi anexada pelos britânicos em 1814.
Tornou-se base naval inglesa e uma zona estratégica importante durante a Segunda Guerra Mundial, ocasião em que foi alvo de inúmeros ataques. Foi condecorada em 1942 com a medalha George Cross, a mais significativa atribuída pelos britânicos. O arquipélago tornou-se autonomamente governado em 1947. Em 1955 Dom Mintoff, líder do Partido Trabalhista de Malta (PTM) tornou-se primeiro-ministro. Em 1956 o PTM propôs uma nova integração no Reino Unido, proposta que viria a ser aceite em referendo, mas com a oposição do Partido Conservador, liderado por Giorgio Borg Olivier. Em 1959 revogaram a autonomia mas voltaram a restaurá-la em 1962. Malta só se tornou totalmente independente em 1964, altura em que aderiu à Commonwealth e celebrou uma aliança com o Reino Unido de ajuda económica e militar. De 1964 a 1971 Malta foi governada pelo Partido Nacionalista.
Em 1974 tornou-se uma república, dois anos depois o Partido Trabalhista regressou ao poder, mas com uma maioria reduzida. Desenvolveu uma política de amizade com a China e com a Líbia. Em 1984 Mintoff retirou-se e foi substituído por Mifsud Bonnici, novo líder do seu partido. Em 1987 voltou ao poder o Partido Nacionalista, este mais voltado para o Ocidente e com uma política de aproximação à União Europeia. Edward Fenech Adami foi eleito primeiro-ministro.
Em Dezembro de 1989, este território foi o local escolhido para um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, George Bush e o presidente da ex-União Soviética, Mikhail Gorbachev. Em Outubro de 1990 Malta fez o pedido formal de adesão à União Europeia.

quinta-feira, maio 20, 2004

"Tróia" Um filme que vale a pena

Ao longo dos tempos, os homens fizeram a guerra. Uns pelo poder, outros pela glória ou pela honra, e alguns pelo amor. Na antiga Grécia, a paixão proibida de dois dos amantes mais lendários da história, Páris, príncipe de Tróia (Orlando Bloom) e Helena (Diane Kruger), filha de Zeus e de Leda, rainha de Esparta, desencadeia uma guerra que assolará uma civilização. O roubo de Helena ao seu esposo, o rei Menelau (Brendan Gleeson), por parte de Páris, é um insulto que não se pode tolerar. O orgulho familiar estabelece que uma afronta a Menelau é uma afronta ao seu irmão Agamenon (Brian Cox), o poderoso rei de Argos e Micenas, que não tarda em reunir todas as grandes tribos da Grécia para recuperar Helena das mãos dos troianos e defender a honra do seu irmão. A verdade é que a luta pela honra por parte de Agamenon está corrompida pela sua incontida cobiça: ele necessita do controlo de Tróia para assegurar a supremacia do seu já vasto império. A cidade amuralhada, governada pelo rei Príamo (Peter O'Toole) e defendida pelo poderoso príncipe Heitor (Eric Bana), é uma fortaleza inexpugnável, que nenhum exército foi capaz de penetrar. Só um homem se erige na chave para a vitória ou a derrota de Tróia - Aquiles (Brad Pitt), considerado o maior guerreiro vivo. Arrogante, rebelde e aparentemente invencível, Aquiles não sente lealdade por ninguém nem por nada, excepto pela sua própria glória. É a sua insaciável ânsia de fama eterna que o leva a atacar as portas de Tróia sob o estandarte de Agamenon - mas será o amor que finalmente decide o seu destino. Dois mundos vão para a guerra pela honra e pelo poder. Milhares de homens morrerão na sua luta por alcançar a glória. E, por amor, uma nação ficará reduzida a cinzas.
“Espectacular” poderá ser um adjectivo demasiado usado pela publicidade hollywoodiana, mas a Academia das Ciências pode restaurar o seu brilho e esplendor ao aplicá-lo a “Tróia”, um filme épico na tradição de Lawrence, Henry, Nevsky, Ivan e Falstaff.
Adaptar ao grande ecrã esta gesta que o tempo não pode apagar significava uma proeza artística e técnica. Convém esclarecer que “Tróia” é uma versão livre dos mitos do ciclo troiano e não de “A Ilíada”, do poeta grego Homero. O realizador Wolfgang Petersen, apoiado por um excelente argumento de David Benioff, não regateou talento nem esforço para redescobrir a guerra de Tróia com todos os seus matizes íntimos e grandiloquentes. O filme – uma super-produção digna dos mais ambiciosos projectos da cinematografia norte-americana – não descaiu nem para o maniqueísmo nem para o solene. Todos os seus protagonistas estão dispostos a defender o próprio, a não vacilar ante o medo e a desesperança e a apostar as suas mais fieis convicções. A partir desta acertada pintura de personagens e de situações, o filme seduz, aliás, pela magnificência da sua realização, pelo notável vestuário, por uma fotografia que se insere sem fissuras na trama e por uma banda musical que, com tonalidades plenas de emoção, acompanha o relato.
Mas Petersen, um sábio artesão no uso da câmara, contou também com mecanismos visuais para que a sua epopeia troiana não sofresse alterações. Milhares de extras, centenas de barcos, batalhas conjugadas com uma impecável montagem e uma violência nada gratuita são outros valores desta produção que rastreia essas páginas da literatura clássica que já parecem estar muito distantes no espaço e no tempo. Vale-se de todos os efeitos especiais e digitais do arsenal moderno para desdobrar a frota dos mil navios ou o exército dos 10,000 gregos que cercam a cidade de Tróia para resgatar a bela Helena, que Páris raptou ao enganado Menelau. O argumento de Benioff, democratiza “A Ilíada”, evitando a participação directa dos deuses: são invocados mas nunca intrometidos.
“Tróia” é visualmente deslumbrante, mas nunca perde de vista o elemento humano. Brad Pitt combina a arrogância e o fatalismo de Aquiles, imprimindo rasgos de novo cunho na sua moeda estelar. Através da trama, é como se se estivesse a preparar mentalmente para o seu grande momento: o encontro a sós com Príamo. O monarca vem reclamar o cadáver de seu filho Heitor, arrastado em triunfo por Aquiles. O ancião só pede que o deixe levar à pira fúnebre que a sua nobre condição merece. Aquiles tem de decidir entre a sua fúria vingativa e o respeito pelo pesar alheio. Com todas as batalhas e torneios de “Tróia”, esta cena íntima de cinco minutos é realmente memorável.
Nem uma só interpretação falha no conjunto: o irrepreensível Heitor de Eric Bana; o irresponsável Páris de Orlando Bloom; o patético Menelau de Brendan Gleeson; o belicoso Agamenon de Brian Cox; o aguerrido Odisseu (ou Ulisses) de Sean Bean; a indómita Briseis de Rose Byrne; a resignada Andrómaca de Saffron Burrows. Até o bebé de Heitor e Andrómaca é um ladrão de cenas com fraldas.
Falando de latrocínio, a sinfónica partitura de James Horner foi buscar sons a Prokofiev, Shostakovich, Vaughn Williams e nunca dá uma nota discordante em duas horas e meia. Para uma super-produção em grande escala, Petersen cuidou para que os seus personagens quase mitológicos se movam em interiores realistas, onde podem respirar com identificável dimensão humana.
Numa das cenas mais impressionantes de “Tróia”, em que os navios gregos se aproximam da ilha, é possível ter a noção da grandiosidade desta superprodução, orçada em 200 milhões de dólares (quase o dobro do custo de “Gladiador”). Na sequência, a câmara vai-se afastando, abrangendo uma porção cada vez maior do mar, e não param de surgir mais e mais embarcações, centenas delas, até à linha do horizonte. No total, foram mil barcos e 1.200 figurantes utilizados no grandioso épico. O cenário contou com uma estátua de Zeus de mais de 15 metros, e o famoso cavalo de Tróia, com quase 13 metros de altura.
As cenas da entrada do cavalo de madeira na fortaleza de Tróia – uma imagem com poder iconográfico – foram filmadas com enorme realismo. O esforço económico, artesanal e artístico de “Tróia” valeu a pena frente à realidade que oferece o ecrã. Aliás, o cavalo não faz parte de “A Ilíada”, mas de “A Odisseia”, outro poema de Homero, só que, por ser a passagem mais famosa da guerra, foi inserida como clímax do filme. «Havia diferentes modos de contar a história, muitos filmes podiam sair do mesmo texto, mas eu procurei concentrar-me na história humana, principalmente nos personagens Aquiles e Heitor», conta Benioff, que trabalhou um ano no projecto. Por esse motivo, ele deixou em segundo plano – e até de fora, muitas vezes – as intervenções dos deuses descritas por Homero. Zeus e companhia são apenas citados. «Quis contar o mito de Tróia e não “A Ilíada”. O interessante da história é que não há o bem contra o mal, heróis ou vilões».
A guerra de Tróia aconteceu há 3.200 anos, mas “Tróia” actualiza-a com a sua intacta mensagem de carnificina inútil. Como Aquiles diz, com displicência aterradora: «Esta não é a primeira nem será a última».

In http://www.estreia.online.pt/aleph/envelope?filme+ficha:list_movie:1032

quarta-feira, maio 19, 2004

As surpresas de Scolari

Maniche e Moreira são as surpresas de Luiz Felipe Scolari na lista de 23 convocados para a fase final do UEFA EURO 2004™ que foi divulgada ao início de tarde. Fernando Meira e Luís Boa-Morte ficaram de fora.

A surpresa e a confirmação
Se Moreira é uma novidade, pois nunca tinha sido chamado pelo técnico brasileiro, e está convocado por José Romão para o Europeu de sub-21, Maniche é a grande surpresa, uma vez que não fazia parte da Selecção Nacional desde Setembro, altura em que Portugal foi derrotado pela Espanha, por 3-0, em Guimarães.

Maniche dá garantias
"É um atleta que tem estado bem. Houve algumas situações no passado e eu quis mostrar-lhe algumas coisas. Tem características especiais para jogar em várias posições e pode ser muito útil caso tenhamos dificuldades nessa área. É um atleta que nos dá garantias", disse o seleccionador nacional.

Dúvida dissipada
A grande dúvida residia no nome do terceiro guarda-redes convocado, havendo quem apostasse numa surpresa de última hora chamada...Vítor Baía. Mas Scolari optou pela juventude de Moreira recusando admitir que a escolha divide os portugueses.

Apoio aos escolhidos
Na opinião do técnico, "...todos os portugueses estão convocados. Os portugueses têm que ter a certeza que o seu seleccionador escolhe os que melhor servem os interesses da equipa e devem concentrar-se no apoio aos que estão escolhidos e não aos não-escolhidos".

Rui Jorge e mais seis
No sector defensivo a principal dúvida foi dissipada ontem depois do anúncio do arquivamento do processo de Rui Jorge. O nome de Fernando Meira, que após uma grande ausência, foi chamado para o jogo com a Suécia, no passado mês de Abril, era uma hipótese pouco provável, tendo em conta a regularidade do quarteto de centrais formado por Fernando Couto, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho e Beto.

Liderança a meio-campo
Scolari reservou para o meio-campo a grande surpresa. Depois de uma grande época ao serviço do FC Porto, Maniche, junta-se assim aos criativos Figo, Rui Costa e Deco e ao rigor táctico de Costinha, Tiago e Petit. O sector nevrálgico do campo vai ser ocupado por jogadores de grande experiência a nível internacional. O mais jovem dos convocados deste lote, Tiago, convenceu o seleccionador com a boa época ao serviço do Benfica.

Postiga reforça ataque
Na frente, Ronaldo depois de uma época promissora ao serviço do Manchester United FC, conquista a uma presença no maior palco do futebol europeu com apenas 19 anos. Apesar de ser capaz de jogar nos dois flancos a titularidade deve recair sobre Simão Sabrosa, que depois de ter falhado o Mundial de 2002, por lesão, vê-se, pela primeira vez, no lote dos eleitos de uma grande competição de selecções. Aos pontas-de-lança habituais, Pauleta e Nuno Gomes, juntou-se, em definitivo, Hélder Postiga, que, apesar de pouco utilizado no Tottenham Hotspur FC, pode ser importante no caso de Scolari ser obrigado a reforçar o ataque.

Várias opções de ataque
"O Hélder Postiga é um bom jogador que tem características diferentes dos outros avançados. Se tivéssemos só dois pontas-de-lança e houvesse algum problema isso não nos permitia ter a possibilidade de alterar o esquema táctico.", esclareceu Scolari.

Guarda-redes
Ricardo (Sporting CP)
Quim (SC Braga)
Moreira (SL Benfica)

Defesas
Jorge Andrade (RC Deportivo La Coruña)
Fernando Couto (S.S. Lazio)
Ricardo Carvalho (FC Porto)
Miguel (SL Benfica)
Paulo Ferreira (FC Porto)
Nuno valente (FC Porto)
Rui Jorge (Sporting CP)
Beto (Sporting CP)

Médios
Tiago (SL Benfica)
Petit (SL Benfica)
Costinha (FC Porto)
Deco (FC Porto)
Rui Costa (AC Milan)
Luís Figo (Real Madrid CF)
Maniche (FC Porto)

Avançados
Pauleta (Paris Saint-Germain FC)
Cristiano Ronaldo(Manchester United FC)
Simão Sabrosa (SL Benfica)
Nuno Gomes (SL Benfica)
Hélder Postiga (Tottenham Hotspur FC)

In http://pt.euro2004.com/News/Kind=1/newsId=180298.html

domingo, maio 16, 2004

Chipre

Localização geográfica: Ásia, noroeste do Mar Mediterrâneo
Área: 9 251 km2
População: 748 982 habitantes (1998)
Capital: Nicósia
Outra cidade importante: Limassol
Data de independência: 1960
Regime político: República multipartidária
Unidade monetária: Libra cipriota
Línguas oficiais: Grego e Turco
Religiões maioritárias: Cristianismo, Ortodoxo Grego e Islamismo

Ilha do noroeste do Mar Mediterrâneo, situada a 64 km sul da Turquia, a 97 km oeste da Síria e a 402 km norte do delta do Nilo, no Egipto. Tem uma área de 9 251 km2, o que a torna na terceira maior ilha do Mediterrâneo. Os principais centros urbanos são Nicósia, a capital, e Limassol. O clima é mediterrânico e a temperatura média anual é de 19 oC.
Chipre tem uma economia livre baseada, sobretudo, no comércio e na indústria. O turismo oferece, ao país, uma grande fonte de divisas estrangeiras. A agricultura nacional desenvolveu-se graças à irrigação, o que permitiu a introdução dos citrinos, para além de já serem cultivados a batata, a uva, o milho, a cevada, a alfarroba e o tabaco. A indústria mineral encontra-se bem desenvolvida e produz a pedra de cal, a marga, o gesso, o mármore, o asbesto, a pirite e o crómio. A indústria abrange o petróleo refinado, os materiais de construção, o vinho, a cerveja, o calçado, o vestuário e os cigarros. Os produtos exportados são os artigos de vestuário, o calçado, a batata, os citrinos, a alfarroba e o tabaco e destinam-se, principalmente ao Reino Unido, ao Líbano, à Turquia e à Arábia Saudita. As importações provêm da Turquia, do Reino Unido, da Itália e da Alemanha e incluem os produtos alimentares, os produtos petrolíferos e o equipamento para os transportes.
A população do Chipre está estimada em 748 982 habitantes, o que corresponde a uma densidade de 81 hab./km2. As etnias principais do país são a grega, com 79%, e a turca, com 19%. As religiões com a maior expressão são a ortodoxa grega, com 76%, e a muçulmana, com 19%. As línguas oficiais são o grego e o turco.
Em 1191, durante uma cruzada à Terra Santa, o Rei Ricardo I da Inglaterra conquistou a ilha e concedeu-a ao rei Guy de Lusignan de Jerusalém. Imediatamente foi criada uma monarquia feudal que se prolongou até à Idade Média. Algum tempo depois, os mercadores de Génova e de Veneza passaram a controlar o comércio da ilha até ao século XV, altura em que se tornou parte do Império Veneziano. Em 1573, os turcos otomanos tomaram Chipre e instauraram um arcebispado.
No início do século XIX começaram sérias revoltas na ilha. Em 1878, os britânicos assumiram o controlo do território, depois da autorização do sultão turco que continuou a ser o soberano do Chipre. Mas, com a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra anexou a ilha e, em 1915, ofereceu-a à Grécia. Em 1924, tornou-se uma colónia da coroa britânica. Depois da Segunda Guerra Mundial, surgiu um movimento grego cipriota que se acentuou com actos de terrorismo contra os opositores britânicos e cipriotas. Em 1960 o Chipre tornou-se independente, mas a violência continuou. Em 1974, a Guarda Nacional do Chipre levou a cabo um golpe de estado. As forças turcas invadiram o território e, um mês depois, passou a controlar o norte da ilha. Os cipriotas turcos formaram governo, embora apenas reconhecido pela Turquia, e a zona sul permaneceu sob o controlo grego. A partir de meados da década de 1980 iniciaram-se conversações acerca da reunificação iniciaram, embora nunca tenham tido sucesso.

Crónicas sobre o Alargamento

Durante dez crónicas vou dar-te a conhecer, por dentro, todos os países que, no último 1º de Maio, se juntaram à União Europeia:

Chipre, Malta, Hungria, Eslovénia, Eslováquia, República Checa, Polónia, Lituânia, Letónia e Estónia.

sexta-feira, maio 14, 2004

Aula Aberta Dr. Paulo Casaca

O actual eurodeputado e candidato às próximas eleições ao Parlamento Europeu, Paulo Casaca, vai dar uma Aula Aberta no próximo sábado, 15 de Maio pelas 9:30 no Anfiteatro II do Complexo Científico, com o tema: IMPORTÂNCIA DAS ULTRAPERIFERIAS.

Esta aula aberta é organizada pela Comissão Instaladora do Núcleo de Estudante de Estudos Europeus e Política Internacional da Universidade dos Açores.

quarta-feira, maio 12, 2004

O debate, com os euro-candidatos ao Parlamento Europeu, nos estúdios da RDP-A, no passado Domingo, correu muito bem. O pior foi quando os euro-candidatos não responderam às questões que lhes colocamos... salvo uma ou outra excepção...

Todavia, estamos todos de Parabéns. Abraços ao Saes e Ana Paula que tão bem dirigiram o debate, à Rita Moura que foi incansável no nosso apoio e aos técnicos Gamboa, José Augusto e Raúl que tanta paciência tiveram em nos sofrer até altas horas da noite... E à RDP-A em ceder o seu material e logística...

terça-feira, maio 11, 2004

“JUNTOS PELA EUROPA”

MENSAGEM FINAL DO ENCONTRO

A Europa chegou a um momento decisivo da sua existência e do seu projecto para o futuro: ela não se pode limitar a um mercado ou a uma união para a segurança dos seus cidadãos. Nós sabemos que a influência do amor de Deus está a impulsionar os povos da Europa a ser muito mais que isto. Um continente com tanta variedade e beleza, que viveu momentos de esplendor e crescimento, mas que também experimentou a verdade amarga que, sem a referência a valores profundos, os seres humanos são despojados da sua humanidade e mostram-se capazes dos piores males.
No último século, duas guerras mundiais, os campos de concentração, os “Gulags” e, em particular, o Holocausto testemunharam a escuridão que habitou o nosso continente e que dolorosamente tocou o resto do mundo. E agora a exclusão, a injustiça, a exploração e a praga do terrorismo exigem soluções. Contudo, apesar de todos estes males, hoje felizmente nós podemos ver uma Europa que se move rumo à reconciliação. Uma Europa livre e democrática.
Inspirados pela força transformadora do Evangelho, sentimo-nos chamados a trabalhar por um continente multifacetado e unido. Nós, membros de mais de 150 Movimentos, grupos e comunidades de diferentes igrejas cristãs juntos em Estugarda vindos de todos os cantos do continente, queremos testemunhar a novidade da crescente fraternidade e comunhão entre nós, alimentada pelo Espírito. Esta comunhão de vida é outra consequência das tradições culturais que, à luz da revelação Judaico-Cristã, construíram o nosso continente através dos séculos. Oferecemos esta fraternidade como contributo para uma Europa que seja capaz de responder aos desafios do nosso tempo.
Os carismas, dons de Deus, compelem-nos a seguir a via da fraternidade universal, que cremos seja a verdadeira vocação da Europa. A fraternidade não é senão o amor evangélico vivido entre todos, sempre renovado, a começar aqui e agora.

• A fraternidade é a partilha dos bens e recursos.
• A igualdade e liberdade para todos os homens e mulheres.
• O aprofundamento do nosso património cultural comum
• A abertura a pessoas de outras culturas e tradições religiosas
• Amor e solidariedade para com os pobres e os fracos das nossas cidades;
• Um profundo sentido de família
• O respeito pela vida humana em todo o seu percurso
• O cuidado com a natureza e o meio ambiente;
• O desenvolvimento harmónico dos meios de comunicação.

Vivendo esta fraternidade, a Europa torna-se ela própria mensagem de paz, uma paz activa que se constrói todos os dias numa base de perdão pedido e recebido. Uma paz que quer construir pontes entre pessoas “globalizando” a solidariedade e a justiça.
Esta mensagem não pretende ser apenas uma declaração de intenções, mas o testemunho de algo que, ainda que no princípio, é já uma realidade entre nós. Nós, reunidos aqui em Estugarda e co-ligados com os encontros paralelos a decorrer em mais de 150 cidades (Ponta Delgada também incluída) através do continente, queremos trabalhar juntos com todos os homens e mulheres de boa vontade para que a Europa possa ser um lugar de amor e fraternidade, que esteja ciente das suas responsabilidades e que se mostre aberta ao mundo inteiro.


FESTAS DO SENHOR SANTO CRISTO DOS MILAGRES

No próximo fim-de-semana na cidade de Ponta Delgada, ilha de S. Miguel realizar-se-ão as maiores festas dos Açores: Senhor Santo Cristo dos Milagres. A Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres para este ano de 2004 preparou-nos este progrma:
12 de Maio (Quarta-feira)
21h30 Lançamento do livro "História dos Açores Vol. III - Dr. Melo Bento" [Centro Municipal de Cultura]

13 de Maio (Quinta-feira) 18h30 Inauguração da Exposição Colectiva do Registo do Senhor Santo Cristo [Centro Municipal de Cultura]

14 de Maio (Sexta-feira) 21h30 FESTA DO EMIGRANTE [Aula Magna - Universidade dos Açores]

15 de Maio (Sábado) Mudança de Imagem
· Inicio - 16:30
· Promessas - entrada geral pela Rua Luís Soares de Sousa (antes da 16:30)
· Rua da Esperança (Dr. Mont'Alverne de Sequeira) - encerra às 15:30 (à excepção dos membros da organização e portadores de credencial de colaborador e livre transito).
· Guarde de honra (nova localização) - junto ao Castelo de São Brás
· Depois da entrada da cera (estarão 4 grupos de tabuleiros em frente da entrada para a sacristia), as promessas deverão sair do Campo pela Rua da Esperança.
· Na Mudança não são admitidas opas excepto os Irmãos do Andor e Mesa. As opas serão distribuídas após a recolha da mudança
· A circulação das promessas far-se-á do modo habitual, pedindo-se a estas e ao público em geral que sigam as indicações da PSP, Escuteiros e colaboradores da Irmandade, deixando o centro das ruas envolventes do "Campo" completamente desimpedido para boa circulação da Imagem.
Visita à Imagem
· Inicio - 18:30; encerramento - 00:30
· Entrada - só pela porta da sacristia no adro do Santuário

16 de Maio (Domingo) Vigília

· Procissão das Velas - organizar-se-á a partir das 00:45 saindo a Imagem do Santuário para a Igreja de São José seguindo o mesmo percurso da Mudança
· Após a entrada da Imagem em São José, Vigília de adoração
· 06:00 - Missa dos Peregrinos
Procissão
· Promessas:
· Adro da Igreja - Senhoras de escuro
· Rua Nascente do Campo de São Francisco - Casais
· 15:15 - Saída do Guião
· 16:30 - Saída da Imagem
As opas deverão incorporar-se na procissão imediatamente após o Guião nos roços à frente do Andor, ficando o acesso de opas vedado na Rua da Esperança, a partir das 16:15 (à excepção das autoridades, dos membros da organização e portadores de credencial de colaborador e livres trânsito). Daí em diante a incorporação na procissão só se fará a partir da Rua Doutor Caetano de Andrade

17 de Maio (Segunda-feira) 17h30 RECEPÇÃO AOS EMIGRANTES
22h30 "Ponta Delgada - Capital da Juventude - Operação Triunfo
[Praça Gonçalo Velho - Portas da Cidade]

18 de Maio (Terça-feira) 21h30 Actuação do grupo “CANTARES D’OUTRORA” (Arrifes), Actuação do grupo "TRADIÇÕES"
[Campo de São Francisco]

19 de Maio (Quarta-feira) 22h00 Concerto da ORQUESTRA LIGEIRA DE PONTA DELGADA
[Campo de S. Francisco]

21 de Maio (Sexta-feira) 22h00 Concerto "Ponta Delgada - Capital da Juventude", Festas do Senhor do Santo Cristo e actuações dos conjuntos "PASSOS PESADOS" e "FORA D'AFRICA"
[Campo de S. Francisco]


domingo, maio 09, 2004

DIA 9 DE MAIO - DIA DA EUROPA

A União Europeia comemora hoje o seu quinquagésimo quarto aniversário de vida. Em nossa opinião, é uma data que todos nós, europeus, não devemos esquecer, pois assinala cinquenta e quatro anos de paz, num continente longamente fustigado com anos e anos de guerras. Assinala, de igual modo, meio século de progresso económico, social, cultural, de consolidação da democracia e respeito pelos direitos fundamentais dos Homens, que sem a instituição desta organização seria bastante improvável que acontecesse. A União Europeia, apesar de todas as incertezas que agora têm surgido, tem sido de uma importância vital, não só para o continente, em termos de união dos vários países e aproximação dos mesmos em diversos campos da vida social, mas também para o mundo, trazendo um certo equilíbrio e estabilidade às relações internacionais, que a torna um exemplo de desenvolvimento e cooperação para outros continentes.
Nesse sentido, podemos certamente concluir que, nas últimas décadas da história portuguesa, a comemoração do dia 9 de Maio – Dia da Europa-, após a comemoração do 25 de Abril de 1974, que nos permitiu a vivência num estado de direito democrático, é aquela que maior relevância devia assumir, pois só a pertença à União Europeia proporcionou um nível de desenvolvimento e representatividade internacional, inigualáveis na história de Portugal.

SOURCE: Raquel Costa

Declaração Schuman de 9 de Maio de 1950

Este é o texto integral da proposição, apresentada por Robert Schuman, Ministro Francês dos Negócios Estrangeiros, e que levou à criação da União Europeia:
A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem esforços criadores à medida dos perigos que a ameaçam. A contribuição que uma Europa organizada e viva pode dar à civilização é indispensável para a manutenção de relações pacíficas. A França, ao assumir-se desde há mais de 20 anos como defensora de uma Europa unida, teve sempre por objectivo essencial servir a paz. A Europa não foi construída, tivemos a guerra. A Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto. A união das nações europeias exige que seja eliminada a secular oposição entre a França e a Alemanha. Com esse objectivo, o Governo francês propõe actuar imediatamente num plano limitado mas decisivo. O Governo francês propõe subordinar o conjunto da produção franco-alemã de carvão e de aço a uma Alta Autoridade, numa organização aberta à participação dos outros países da Europa.
A comunitarização das produções de carvão e de aço assegura imediatamente o estabelecimento de bases comuns de desenvolvimento económico, primeira etapa da federação europeia, e mudará o destino das regiões durante muito tempo condenadas ao fabrico de armas de guerra, das quais constituíram as mais constantes vítimas. A solidariedade de produção assim alcançada revelará que qualquer guerra entre a França e a Alemanha se tornará não apenas impensável como também materialmente impossível. O estabelecimento desta poderosa unidade de produção aberta a todos os países que nela queiram participar, que permitirá o fornecimento a todos os países que a compõem dos elementos fundamentais da produção industrial em idênticas condições, lançará os fundamentos reais da sua unificação económica. Esta produção será oferecida a todos os países do mundo sem distinção nem exclusão, a fim de participar no aumento do nível de vida e no desenvolvimento das obras de paz. [...] Assim se realizará, simples e rapidamente, a fusão de interesses indispensáveis para o estabelecimento de uma comunidade económica e introduzirá o fermento de uma comunidade mais larga e mais profunda entre países durante muito tempo opostos por divisões sangrentas. Esta proposta, por intermédio da comunitarização de produções de base e da instituição de uma nova Alta Autoridade cujas decisões vincularão a França, a Alemanha e os países aderentes, realizará as primeiras bases concretas de uma federação europeia indispensável à preservação da paz. O Governo francês, a fim de prosseguir a realização dos objectivos assim definidos, está disposto a iniciar negociações nas seguintes bases. A missão atribuída à Alta Autoridade comum consistirá em, nos mais breves prazos, assegurar: a modernização da produção e a melhoria da sua qualidade; o fornecimento nos mercados francês, alemão e nos países aderentes de carvão e de aço em condições idênticas; o desenvolvimento da exportação comum para outros países; a harmonização no progresso das condições de vida da mão-de-obra dessas indústrias. Para atingir estes objectivos a partir das condições muito diversas em que se encontram actualmente as produções dos países aderentes, deverão ser postas em prática, a titulo provisório, determinadas disposições, incluindo a aplicação de um plano de produção e de investimentos, a instituição de mecanismos de equação dos preços e a criação de um fundo de reconversão destinado a facilitar a racionalização da produção. A circulação do carvão e do aço entre países aderentes será imediatamente isenta de qualquer direito aduaneiro e não poderá ser afectada por tarifas de transportes distintas. Criar-se-ão progressivamente as condições para assegurar espontaneamente a repartição mais racional da produção ao nível de produtividade mais elevada. Ao contrário de um cartel internacional que tende a repartir e a explorar os mercados nacionais com base em práticas restritivas e na manutenção de elevados lucros, a organização projectada assegurará a fusão dos mercados e a expansão da produção. Os princípios e os compromissos essenciais acima definidos serão objecto de um tratado assinado entre os estados. As negociações indispensáveis a fim de precisar as medidas de aplicação serão realizadas com a assistência de um mediador designado por comum acordo; este terá a missão de velar para que os acordos sejam conformes com os princípios e, em caso de oposição irredutível, fixará a solução a adoptar. A Alta Autoridade comum, responsável pelo funcionamento de todo o regime, será composta por personalidades independentes e designada numa base paritária pelos governos; será escolhido um presidente por comum acordo entre os governos; as suas decisões serão de execução obrigatória em França, na Alemanha e nos restantes países aderentes. As necessárias vias de recurso contra as decisões da Alta Autoridade serão asseguradas por disposições adequadas. Será elaborado semestralmente por um representante das Nações Unidas junto da referida Alta Autoridade um relatório público destinado à ONU e dando conta do funcionamento do novo organismo, nomeadamente no que diz respeito à salvaguarda dos seus fins pacíficos. A instituição de Alta Autoridade em nada prejudica o regime de propriedade das empresas. No exercício da sua função, a Alta Autoridade comum terá em conta os poderes conferidos à autoridade internacional da região do Rur e as obrigações de qualquer natureza impostas à Alemanha, enquanto estas subsistirem.

Que é o Dia da Europa?

Ao verem nas agendas e nos calendários o dia 9 de Maio identificado como "Dia da Europa", muitas pessoas interrogam-se sobre o que se terá passado nessa data e em que ano terá tido lugar esse acontecimento.
Com efeito, poucos cidadãos europeus sabem que a 9 de Maio de 1950 nasceu a Europa comunitária, numa altura em que, devemos recordá-lo, a perspectiva de uma terceira guerra mundial angustiava toda a Europa.
Nesse dia, em Paris, a imprensa foi convocada para as dezoito horas no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, quartel-general do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, para uma "comunicação da maior importância".
As primeiras linhas da declaração de 9 de Maio de 1950, redigida por Jean Monnet, comentada e lida à imprensa por Robert Schuman, Ministro dos Negócios Estrangeiros da França, dão imediatamente uma ideia da ambição da proposta: "A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem uma criatividade à medida dos perigos que a ameaçam". "Através da colocação em comum de produções de base e da instituição de uma Alta Autoridade nova, cujas decisões ligarão a França, a Alemanha e os países que a ela aderirem, esta proposta constituirá a primeira base concreta de uma federação europeia, indispensável à preservação da paz".
Era assim proposta a criação de uma instituição europeia supranacional, incumbida de gerir as matérias-primas que nessa altura constituíam a base do poderio militar, o carvão e o aço. Ora, os países convidados a renunciar desta forma ao controlo exclusivamente nacional destes recursos fundamentais para a guerra, só há muito pouco tempo tinham deixado de se destruir mutuamente num conflito terrível, de que tinham resultado incalculáveis prejuízos materiais e, sobretudo, danos morais: ódios, rancores e preconceitos.
Assim, tudo começou nesse dia, razão que levou os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1995, a decidirem celebrar o 9 de Maio como "Dia da Europa".
Os diversos países, ao decidirem democraticamente aderir à União Europeia, adoptam os valores da paz e da solidariedade, pedra angular do edifício comunitário.
Estes valores concretizam-se no desenvolvimento económico e social e no equilíbrio ambiental e regional, únicos garantes de uma repartição equilibrada do bem-estar entre os cidadãos.
A Europa, enquanto conjunto de povos conscientes de pertencerem a uma mesma entidade que abrange culturas análogas ou complementares, existe já há séculos. No entanto, a consciência desta unidade fundamental, enquanto não deu origem a regras e a instituições, não pôde evitar os conflitos entre os países europeus. Ainda hoje, alguns países que não fazem parte da União Europeia não estão ao abrigo de tragédias terríveis.
Como qualquer obra humana desta envergadura, a integração da Europa não se constrói num dia, nem em algumas décadas: as lacunas são ainda numerosas e as imperfeições evidentes. A construção iniciada imediatamente a seguir à II Guerra Mundial foi muito inovadora: o que nos séculos ou milénios precedentes podia assemelhar-se a uma tentativa de união, foi na realidade o fruto de uma vitória de uns sobre os outros. Estas construções não podiam durar, pois os vencidos só tinham uma aspiração: recuperar a sua autonomia.
Hoje ambicionamos algo completamente diferente: construir uma Europa que respeite a liberdade e a identidade de cada um dos povos que a compõem, gerida em conjunto e aplicando o princípio segundo o qual apenas se deve fazer em comum o que pode ser mais bem feito dessa forma. Só a união dos povos pode garantir à Europa o controlo do seu destino e a sua influência no mundo. A União Europeia está atenta aos desejos dos cidadãos e coloca-se ao seu serviço. Conservando a sua especificidade, os seus hábitos e a sua língua, todos os cidadãos se devem sentir em casa na "pátria europeia", onde podem circular livremente.

O NEPI, em parceria com a Antena 1 Açores, vai realizar um debate com os candidatos pelo Circulo eleitoral dos Açores ao Parlamento Europeu.

Domingo, 9 de Maio das 12 às 14 horas (dos Açores)

Ouve em http://www.rdp.pt/regioes/acores/index.htm

Candidatos:

Dr. Duarte Freitas (PSD/PP)
Dr. Paulo Casaca (PS)
Dr. Aníbal Pires (CDU)
Dr. José Sousa (PDA)
Dr. Paulo Estevão (PPM)
Enf. Gabriela M. Vieira (BE)


Vamos entrevistar:

Dr. Gualter Furtado (Economista)
Jorge Rita (Presidente Federação Agrícola dos Açores)
Liberato Fernandes (Cooperativa Porto de Abrigo)
Dr. Duarte Morais Cabral (Director Parque Atlântico)
Nicolau Sousa Lima (Empresário)
António Cansado (Grupo SATA)

O debate conta, igualmente, com questões de discentes da licenciatura em Estudos Europeus e Política Internacional, directamente direccionadas aos euro-candidatos.


quarta-feira, maio 05, 2004

VIVA AO MEU F.C.PORTO!!!

Todos a Gelsenkirchen!

Já não há palavras para escrever acerca deste F.C. Porto. Faltam adjectivos, escasseia genica num par de mãos ainda trémulas. As emoções foram fortíssimas. O Riazor ferveu, os espanhóis quiseram sangue, tentaram ser irresistíveis, pegaram na estatística e fizeram tudo para transformá-la em futebol. O Dragão, todavia, voltou a ser encantador e espalhou o seu fogo pela baía da Corunha. A meta, agora, é Gelsenkirchen. A UEFA Champions League é o sonho.
O céu é o limite. Depois da Taça UEFA, escassos dias depois de ter revalidado o título da SuperLiga, o F.C. Porto deu um show de bola na Galiza, contrariou quem o quis fora da competição e confirmou que é uma equipa verdadeiramente fantástica, um onze solidário, uma máquina capaz de levar os seus adeptos à euforia, um mundo de aventuras repetidas.
O Corunha ainda não tinha sofrido golos no Riazor. O Corunha tinha empatado no Dragão. O Corunha, diziam os irresponsáveis, podia ser apontado como favorito. E até podia, se pela frente não tivesse o F.C. Porto, um caso raro de qualidade. Mourinho apresentou o 4x4x2 europeu, com Derlei no lugar de McCarthy e Pedro Mendes no vértice do losango central normalmente entregue a Alenitchev. Foi perfeito.
O F.C. Porto entrou a dominar, sem medos da cara feia dos espanhóis, sem pestanejar perante o inferno que quiseram colocar no seu caminho. Os primeiros minutos foram empolgantes. Trocas de bola, fintas, magia de Deco e arrojo, muito arrojo, uma atitude que nada tinha a ver com aquela apresentada pelos galegos há duas semanas.
Os primeiros sinais de perigo pertenceram ao clube que hoje jogou de roxo, num tom alternativo que em nada alterou as melhores características. Ao intervalo, goleada na posse de bola, mais remates, mais cantos. O Depor passou largos minutos na expectativa, à espera de algo, quem sabe se de sorte. Desta vez, todavia, ninguém lhes podia valer. O F.C. Porto estava a ser muito melhor, o jogo tinha uma tendência marcada, as estrelas preparavam-se para o receber.
Azar a abrir e... Derlei
O intervalo não mudou nada. A questão, de resto, podia ter sido resolvida logo ao minuto 46, quando Deco cruzou com perfeição e Derlei, o Ninja regressado, o bravo do pelotão, cabeceou contra o poste. Azar, pois claro. O F.C. Porto também não tem sido uma equipa propriamente afortunada.
Sem espaço para esmorecer, o Dragão encolheu os ombros e voltou a carregar. Deco, um desequilibrador nato, trocou os olhos a quem lhe surgiu pela frente e sofreu falta na grande área. Grande penalidade evidente e... justiça! Derlei abanou a rede. O Riazor ficou estupefacto, a Invicta explodiu, a festa saiu à rua.
A perder, o Corunha quis finalmente ser perigoso e subiu. Passou a arriscar e Naybet, no desespero, viu o segundo cartão amarelo. A questão terminou aí. A fera galega estava domada. O F.C. Porto dominou como quis tudo o que se seguiu. As malas para Gelsenkirchen estão feitas.

segunda-feira, maio 03, 2004

JUNTOS PELA EUROPA

No próximo sábado, 8 de Maio, na cidade alemã de Estugarda, cristãos de 150 movimentos e comunidades de toda a Europa, pertencentes a várias igrejas e comunidades eclesiais, reunir-se-ão para um encontro denominado JUNTOS PELA EUROPA.
Do programa constam testemunhos de Movimentos e Comunidades como resposta às questões fundamentais da actualidade, tais como: a paz, um novo estilo de vida que ponha os europeus em diálogo entre eles, a integração de povos e culturas diferentes, os valores da família, a solidariedade com os mais pobres na Europa e no mundo. Os jovens, igualmente, falarão das suas acções concretas e da sua visão sobre a Europa.
No momento em que se reforça a unidade da Europa, com a entrada de 10 Países do Leste e do Sul deste Continente, Movimentos e Comunidades de várias Igrejas cristãs e Comunidades eclesiais tecem um caminho de comunhão e de colaboração – pela primeira vez na história – para contribuírem juntos, para a unidade espiritual do Continente.
Os Movimentos e Comunidades querem tornar visível uma rede de fraternidade que abrange já todo o continente, quebrando nacionalismos e barreiras históricas, bem como a renovação a nível espiritual, que se está a difundir a partir do Evangelho vivido e que se reflecte nos muitos sectores da vida civil através dum contributo dos cidadãos para a Europa.
Como nasceu a Ideia? Por ocasião de um encontro em Roma, em Maio de 2002, entre fundadores e responsáveis de alguns Movimentos e Comunidades católicos e evangélicos, nasceu a ideia de promover uma grande manifestação na Alemanha, que contribuísse para redescobrir a “alma” da Europa. E assim nasceu o JUNTOS PELA EUROPA.
Neste dia darão o seu contributo Romano Prodi, Presidente da Comissão Europeia, o cardeal Walter Kasper, Presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e Johannes Friedrich, Bispo da Igreja evangélico-luterana da Baviera.
Da parte dos organizadores, falarão Chiara Lubich (Movimento dos Focolares), Andrea Riccardi (Comunidade de Sant’Egídio) e os pastores evangélicos Friedrich Aschoff e Ulrich Parzany e o Pe. Heikki Huttunen, ortodoxo.
A Jornada será transmitida via satélite e pela Internet (http://www.miteinander-wie-sonst.de/ ) para 130 cidades europeias.
Aqui, dos Açores, vão duas pessoas a representar o arquipélago.

Ciao!

Hoje dou-te a prespectiva de dois economistas da nossa praça sobre a questão do Alargamento da União Europeia:

"O alargamento da U.E. representa um grande desafio para a economia e para as empresas portuguesas. O mesmo é dizer, para as políticas públicas e para as políticas empresariais, as quais têm que reforçar a sua orientação para a melhoria da produtividade e da competitividade....." Eduardo Catroga In http://www.ordemeconomistas.pt/dossiers/


O alargamento da UE: Motivo de regozijo, de preocupação ou apenas de acção?

"....obriga a uma definição de estratégias políticas que praticamente cessou de desenvolver-se desde que se concretizou o grande desígnio de integração na moeda única. No plano económico mais imediato, exige capacidade para explorar as oportunidades que ele cria e para responder às dificuldades que suscita. Entre estas, têm sido particularmente sublinhadas duas: (i) o facto de o "centro de gravidade" europeu se deslocar para leste, agravando o carácter periférico da economia portuguesa; (ii) o baixo nível de salários nos novos países-membros, associado a um nível educacional muito mais elevado, que os torna altamente competitivos, em especial na atracção de investimento em indústrias que detêm um peso importante na estrutura produtiva portuguesa."
Teodora Cardoso In http://www.ordemeconomistas.pt/dossiers/

domingo, maio 02, 2004

Bom dia!

Hoje é Dia da Mãe! Um beijinho a todas as mães deste mundo.

Que Deus proteja também a minha!


Aquele Abraço

Miguel
Ciao!

No próximo dia 8 de Maio, na cidade de Estugarda, vai haver um encontro "JUNTOS PELA EUROPA"


Eu vou ver pela Internet. E tu?

http://www.miteinander-wie-sonst.de/italien/steueranweisung3.html

Não percas!


Bem Vindos à União Europeia!

Queria dar as boas-vindas aos novos 10 países que hoje entraram na União Europeia. Do báltico ao mediterrâneo, a União Europeia vai alargando-se.

Uma Europa forte para combater as maiores ameaças à democracia!

A União Europeia (UE) é uma família de países democráticos europeus, empenhados num projecto comum de paz e prosperidade. Não se trata de um Estado que pretende substituir Estados existentes, mas vai além de qualquer outra organização internacional. Na realidade, a UE é única. Os Estados Membros criaram instituições comuns a que delegam parte da sua soberania por forma a que as decisões sobre questões específicas de interesse comum possam ser tomadas democraticamente a nível europeu. Esta partilha de soberania é também designada por "Integração Europeia".

As raízes históricas da União Europeia residem na Segunda Guerra Mundial. A ideia de integração europeia surgiu para impedir que a morte e a destruição pudessem voltar a ser realidade. Foi proposta pela primeira vez pelo Ministros dos Negócios Estrangeiros francês, Robert Schuman, num discurso efectuado em 9 de Maio de 1950. Esta data, "aniversário" do que é hoje a UE, é celebrada anualmente como Dia da Europa.


Olá!

Chamo-me Miguel, tenho 25 anos e sou estudante de Estudos Europeus e Política Internacional na Universidade dos Açores.

Criei este blogspot para que os meus amigos publiquem artigos nesta minha nova "morada" electrónica.

Se também tens mensager o meu login é: scinti61@hotmail.com

Não te inibas...

Aquele Abraço, Miguel